DA REDAÇÃO
Moradores de comunidades ribeirinhas do município de Ferreira Gomes, cidade a 135 quilômetros de Macapá, amanheceram a quinta-feira, 2, na porta do Ministério Público do Estado. Eles dizem que não foram beneficiados com o termo de ajuste de conduta (TAC) assinado pela Ferreira Gomes Energia pela mortandade de peixes no Rio Araguari.
O protesto ocorre em frente ao prédio do MP na zona norte da capital, mas até o fim desta manhã nenhuma comissão dos manifestantes havia sido recebida por representantes do Ministério Público.
O manifesto é liderado pela Associação dos Atingidos por Barragens (Atimba).
“Fizeram um termo de ajuste de conduta apenas para garantir estudos, deixando as famílias atingidas de fora. A proposta inicial da Ferreira Gomes era de R$ 6 milhões para todas as compensações, e agora fizeram esse TAC de apenas R$ 4 milhões, deixando até o Imap de fora”, atacou o presidente da Atimba, Moroni Guimarães.
Pelo TAC, a Ferreira Gomes Energia vai liberar R$ 4,8 milhões para a realização de estudos de impacto que serão coordenados por entidades de pesquisa do Estado. Além disso, se comprometeu a reforçar medidas de segurança.
Segundo Moroni Guimarães, a mortandade de peixes continua ocorrendo. Novos episódios teriam se repetido entre os dias 21 e 24 de fevereiro no Rio Araguari, afetando o principal meio de sustento de centenas de famílias.
“Reunimos com o MP até novembro do ano passado, e ficamos de fora desse TAC. Só iremos sair daqui quando alguém der uma satisfação pra gente. Queremos falar com o promotor Marcelo Moreira que acompanhou tudo. Lá em Ferreira Gomes chegou uma promotora nova que já assinou o TAC”, criticou.
Depois da manifestação no MP do Estado, os manifestantes decidiram que irão seguir para a sede do Ministério Público Federal que também assinou o termo de ajuste. A Atimba adiantou que vai pedir a interferência da OAB no caso.
Até as 11h20min, o protesto continua na sede do MP. Um grupo conseguiu permissão para ocupar o auditório do prédio.