Pastora pede medida protetiva, e advogado diz que vai responsabilizar internautas

Advogado da esposa está identificando as pessoas que compartilharam nas redes sociais a exposição da cliente durante a confusão
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SELES NAFES

Um dos principais assuntos da semana nas redes sociais do Amapá, o caso envolvendo um suposto adultério e agressão em frente a um motel, em Macapá, pode terminar na próxima segunda-feira (8) em audiência na Vara de Violência Doméstica da capital. Um juiz vai decidir sobre o pedido de medida protetiva feito por uma pastora evangélica que disse ter sido vítima de violência, calúnia e difamação.

O caso foi amplamente divulgado e ironizado nas redes sociais, e com intensa exposição dos rostos e dos nomes do casal envolvido.

Os vídeos foram feitos por moradores na noite da última terça-feira (2). As imagens, muito compartilhadas no Facebook e WhatsApp, mostram o marido, que também é pastor, segurando a esposa pelos cabelos, e afirmando que ela havia acabado de sair de um motel na zona sul de Macapá.

Para as pessoas que filmavam, o marido pedia que o rosto da esposa fosse mostrado, enquanto ele aguardava pela chegada de uma viatura da Polícia Militar. Os vídeos e as fotos do casal foram motivos de memes, mas também de comentários solidários à mulher durante toda a semana.

Na mesma noite, a confusão foi parar na Delegacia de Crimes Contra a Mulher (DECCM), onde o marido chegou a se apresentar espontaneamente. Como ainda não havia denúncia contra ele, e também não tinha sido conduzido em flagrante, o pastor não ficou preso. O portal SELESNAFES.COM apurou que ele conversou com os policiais de plantão indagando o que ocorreria a partir da confusão. 

Momentos depois dele deixar da delegacia, a PM apresentou a pastora e uma menor de idade acompanhada da mãe. A garota foi agredida pela pastora irritada com o fato dela estar filmando a confusão com um celular. A pastora pediu desculpas para a mãe da menor e admitiu que tinha errado ao agredir a adolescente. 

Marido imobilizando esposa pelos cabelos: memes e solidariedade à esposa. Foto: Reprodução

A pastora registrou queixa contra o marido por lesão corporal, apesar da adolescente e da mãe dela terem afirmado à autoridade policial que o marido não teria agredido.

Crimes nas redes sociais

O advogado da pastora afirma que ela não saiu do motel. Roberto Pauxis, que é delegado aposentado da Polícia Civil do Amapá e hoje tem um escritório de advocacia na capital, diz que sua cliente estava apenas passando pela frente do lugar quando foi interceptada pelo marido raivoso.

“Não houve adultério. Não estava no interior e nem na porta de nenhum motel. Ela estava no interior de um veículo com alguns amigos, e coincidentemente, às proximidades do motel, foi arrancada por seu marido e fez todas aquelas cenas dantescas, de forma violenta e infame”, comentou o advogado. Assista

Pauxis diz que o marido já havia sido denunciado na polícia pela esposa por violência doméstica em 2014.

“Quanto às pessoas que compartilharam e curtiram essa violência, estamos adotando providências jurídicas, que irão buscar a responsabilização cível e criminal com base em decisões de Tribunais de Justiças de outros Estados com relação à dano moral experimentado por nossa cliente”, acrescentou o advogado em uma nota de esclarecimento.

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