ANDRÉ SILVA
Ex-alunos do Instituto Brasileiro de Atuações no Ensino Superior e Pós- Graduação (Ibaesp), localizado no Bairro do Trem, área central de Macapá, estão processando a instituição. Um deles afirma que concluiu o curso de especialização há quase dois anos e ainda não recebeu o certificado.
Quem faz a denuncia é o professor Cleverton Nélio Oliveira de Lima, de 32 anos (foto em destaque). Em 2015, ele se matriculou para fazer uma pós-graduação de Gestão, Supervisão e Orientação Escolar.
Depois de terminado o curso, ele iniciou o processo para requerer o certificado e foi aí que a longa jornada, que já dura mais de um ano, começou. Por várias vezes ele diz que procurou a instituição para receber o certificado, mas as desculpas eram as mesmas.
“’Vem amanhã. Mudou o diretor’ e etc. Aí fazendo uma pesquisa mais a fundo, consegui detectar que essa empresa não tem portaria do Ministério da Educação para funcionar ”, denunciou o Nélio Oliveira.
Após a pesquisa, ele mesmo que também é bacharel em Direito, entrou com ação contra o instituto requerendo o certificado. Em meio a pesquisa, Oliveira diz ter descoberto pelo menos 50 processos contra o Ibaesp. O portal SELESNAFES.COM pesquisou no sistema Tucuris (bancos de processos da Justiça do Amapá) e confirmou a existência de dezenas de ações.
“Eu lembro que tiveram pessoas que emprestaram dinheiro para fazer esse curso, então o crime que esse cara está cometendo é muito grande”, desabafou o professor.
No dia 14 de março, a juíza Nelba de Souza condenou Charles Nascimento Lima a pagar mais de R$ 17 mil para Nélio Oliveira no prazo de 15 dias. Ele não acatou a decisão e a partir da última segunda feira (5) o processo iniciou nova fase que é a execução de pagamento.
Segundo denuncia a vítima, a instituição já teria sido proibida de funcionar.
“(…) Ele (empresário) está se aproveitando dos recursos das pessoas que precisam. Muitas pessoas que fizeram os cursos com ele são funcionários públicos e precisam de um certificado para poder ascender no cargo. Eu vou entrar com uma criminal contra ele. Eu soube que essa instituição está funcionando no Pará”, pontuou.
O portal SN procurou a administração do Ibaesp para tentar falar com o proprietário, mas ao chegar lá, para surpresa, no local funciona uma outra instituição, a Faculdade Integradas de Goiás (FIG).
Charles do Nascimento não estava no local. Quem atendeu a reportagem foi um funcionário que disse ser ligado às duas instituições. Ele informou que o empresário não tem ido ao prédio e não quis fornecer nenhum contato dele.
Os dois números de telefone divulgados na fachada do prédio também não funcionam.