CÁSSIA LIMA
Quatro alunos do Colégio Santa Bartolomea Capitanio começaram a analisar os dados das duas sondas espaciais construídas por eles. O material enviado pelo grupo Zenith, de São Paulo, ainda não está completo, mas os primeiros resultados já são satisfatórios. As informações poderão ser usadas na Missão Garatéa, primeira missão lunar brasileira.
As sondas chamadas de Pongsat e Cansat chegaram a 30km de altitude, mas os dados foram gravados até os 10km. Pode parecer pouco, mas o material atingiu 40 graus negativos e demorou 2h30min para chegar ao espaço.
“O que mais chamou nossa atenção foi a velocidade constante que a sonda subiu, chegando a 18km por hora. E a gente não esperava isso, apesar de prevermos as turbulências. Esse foi um dado que nos surpreendeu”, destacou o estudante Gustavo Aurélio.
A primeira sonda é a CanSat, que tem o tamanho referente a uma lata de refrigerante de 300ml. Nela, estão contidos dados eletrônicos para medir variações da temperatura, clima e radiação. Devido às condições climáticas, a sonda conseguiu gravar pouco mais de meia hora da viagem.
A outra sonda é a que ainda possui dados para análises, a PongSat. Ela foi desenvolvida pelos alunos para ter o tamanho equivalente a uma bola de ping pong, podendo pesar no máximo 20 gramas. O objeto levou ao espaço uma amostra de DNA da banana prata.
“Foi um trabalho difícil porque é um experimento científico que teve vários problemas com programação e montagem, mas conseguimos gravar até 30 minutos de viagem. E esse material foi dentro da nossa expectativa”, frisou o estudante Pedro Carvalho.
Pedro, Lucas Lazamé, Gustavo Baptistão e Gustavo Aurélio foram orientados pelo professor Cássio Renato Santos. Foram mais de três meses na pesquisa para a elaboração das sondas e um mês de construção do material.
“Temos já um resultado satisfatório. Montamos uns gráficos com temperatura, pressão e umidade do ar. Tudo da sonda eletrônica, mas vamos analisar assim que chegar do laboratório de Belém, o DNA de banana prata, que foi da outra sonda”, explicou o professor.
O grande objetivo da missão é incentivar os jovens estudantes em projetos científicos desde a educação básica. Os resultados dos experimentos fornecerão informações sobre como seres terrestres se comportam em ambientes extremos.
“Pretendemos cruzar os dados com as outras instituições que participaram pelo Brasil, mas no Amapá, vamos publicar o resultado em feiras científicas”, contou o aluno Gustavo Baptistão.
Ao todo, 10 instituições brasileiras participam do experimento. O Amapá foi representado pelos alunos do Bartolomea e o Ifap de Santana.
Foto de capa: grupo Zenith