CÁSSIA LIMA
O processo ocorre em 20 minutos, mas o microempreendedor Júnior Gonçalves, de 28 anos, afirma que faz isso em todos os 200 litros de açaí que bate diariamente. O procedimento é a higienização do fruto que pode conter desde barbeiros, salmonelas, até coliformes.
Júnior tem uma batedeira de açaí há 5 anos. O local é muito diferente das batedeiras comuns, possui dois tanques, filtro e toda a higienização necessária.
“Não tem mistério. E só colocar o açaí na água quente por 20 minutos e retirar. O processo ajuda inclusive a amolecer a massa antes da batida”, explica.
Assista:
O procedimento é simples, mas segundo o Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Amapá (Iepa) nem metade das mais de 3 mil batedeiras de Macapá e Santana fazem a higiene correta do açaí.
Durante essa semana, membros da Câmara Setorial da Biodiversidade, das vigilâncias estadual e municipal de Macapá e Santana fazem capacitação sobre o manejo do produto no Instituto Estadual de Florestas do Amapá (IEF).
O tema da Capacitação é “Boas Práticas de Manejo e Qualidade do Açaí”, organizada pelo Iepa. O curso é fruto de uma preocupação frequente: açaí higienizado para a merenda escolar.
Segundo o pesquisador do Iepa, André Amaral, existem dois procedimentos simples para a limpeza correta do açaí. O primeiro é uma lavagem com água e cloro para tirar microrganismos e o segundo é a técnica do branqueamento que inativa enzimas e microrganismos, basta mergulhar o produto em água a 80 graus Celsius.
“Estamos aqui propagando a informação da higienização, da legislação e das técnicas. O Amapá teve avanços em termos de infraestrutura, mas ainda precisamos melhorar a higienização do produto”, frisou o pesquisador.