ANDRÉ SILVA
O Centro de Valorização da Vida (CVV) vem passando por sérias dificuldades para atender a demanda por aconselhamentos no Estado. O número de voluntários diminuiu muito nos últimos meses e agora o CVV está promovendo uma campanha para que novas pessoas façam parte do grupo.
Um dos principais grupos atendidos pelo centro busca no suicídio a forma para resolver seus problemas. O Amapá registrou até o último dia 9 de setembro 37 suicídios este ano. A maioria das vítimas é jovem, entre 19 e 29 anos. O número de casos já é maior que em 2016, quando houve 25 casos no mesmo período.
A busca por voluntários
Atualmente, apenas 18 pessoas estão realizando os atendimentos por telefone no centro quando o ideal seriam 34 para um atendimento de 24 horas. Cada voluntário trabalha uma vez por semana, atualmente apenas os plantões das 19h às 23h estão funcionando diariamente.
O CVV tem como filosofia ouvir as pessoas que têm dificuldades para encontrar em quem confiar, segundo relata a vice coordenadora do CVV Amapá, Jane Borges.
“Ele conta o problema para um amigo e esse espelha para todo mundo. Então nosso trabalho é ouvir e dar um apoio emocional a essas pessoas. Quando elas nos procuram estão nervosas, ansiosas e enquanto a conversa acontece elas vão se acalmando”.
A coordenadora explica que em muitos casos as pessoas que estão determinadas a cometer suicídio acabam desistindo da ideia. Mas em outras situações a decisão já foi tomada.
O Ministério da Saúde está testando um serviço de atendimento para torná-lo nacional. O número será o 188, em vez do atual 144 do CVV. Se a linha estiver ocupada as chamadas serão redirecionadas para um CVV em qualquer lugar no país.
Para se candidatar, os voluntários precisam ser maiores de idade. Eles passarão por um curso de preparação que acontecerá em outubro. Para fazer a inscrição, basta ligar para o 144 ou 3223-4111 ou pelo e-mail m[email protected].br.
Foto de capa: Programação de prevenção ao suicídio do CVV de Macapá