SELES NAFES, com fotos de OLHO DE BOTO
O ataque na noite no último dia 9 a uma guarita da PM no Fórum de Santana, cidade a 17 quilômetros de Macapá, foi planejado por uma das facções criminosas que tenta se instalar em definitivo no Amapá. A informação foi confirmada nesta segunda-feira (18) por membros do Ministério Público, Sejusp, políciais Civil e Militar durante coletiva de imprensa.
Dos quatro investigados pelo crime, dois morreram em confrontos com a Polícia Militar nos municípios de Santana e Laranjal do Jari (Sul do Amapá), e um foi preso pelo Bope em Santana. As operações para prender os criminosos foram montadas a partir de informações dos serviços de inteligência da Sejusp, MP e Polícia Civil.
O Núcleo de Inteligência do Ministério Público (Nimp) foi quem conseguiu os mandados de prisão e de busca e apreensão para os quatro envolvidos. As autoridades prometeram prender o quatro envolvido nas próximas horas. A Polícia Civil e o MP admitiram que o ataque à guarita foi uma tentativa de intimidação às forças de segurança.
“A escolha do local foi aleatória, mas escolheram porque havia muitos pedestres passando pelo local, e eles (os criminosos) sabiam que os policiais não poderiam revidar porque poderiam atingir inocentes”, explicou a delegada Odanete Biondi.
Outra informação dada na coletiva confirma oficialmente o que já se suspeitava: os crimes de execução, que ficaram bem comuns em Macapá e Santana, têm relação direta com a entrada das facções.
“O que ocorre no nosso Estado é que essas facções estão tentando adentrar por ser um Estado novo. Eles tentam destruir esses pequenos criminosos que são daqui, que nasceram aqui. (…) E dessa forma as facções mais organizadas ganham o espaço. Estão matando os pequenos criminosos e traficantes para ganhar território”, comentou a chefe do Nimp, promotora de Justiça Andréa Guedes.
A Polícia Civil deixou claro que os homicídios estão sendo esclarecidos.
“(…) Todos os homicídios, independentemente de quem seja a vítima, estão sendo investigados. Estamos com duas forças tarefas de delegados e agentes para investigar os homicídios e o tráfico de drogas ”, revelou a delegada geral de polícia, Lourdes Souza.
A PM disse que vai continuar atuando com força total.
“A sociedade amapaense pode ficar tranquila. Cabe a nós o combate para evitar que aqui se instale esse tipo de crime organizado. Vamos mostrar de forma eficiente que aqui não há espaço para esse tipo de crime”, garantiu o comandante geral da Polícia Militar, coronel Rodolfo Pereira.
A promotora Andréa Guedes disse que os órgãos de inteligência e segurança estão unidos para fazer o combate e frear a investida das facções, afirmação que foi reforçada pelo secretário de Segurança Pública, Ericláudio Alencar.
“A segurança pública está trabalhando diuturnamente por meio de suas instituições como a PM com o policiamento ostensivo, e a Polícia Civil que tem um dos maiores índices de resolução de homicídios do país. Contamos com o apoio do MP e queremos contar também com o Judiciário para dar a pronta resposta para que a sociedade de sinta segura”.