Começa a corrida pela reitoria da Unifap, mas comunidade estudantil ignora processo

Bloco do Centro Acadêmico
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A eleição é em fevereiro, mas na prática a corrida pela sucessão do cargo mais importante da única Universidade Federal do Amapá já começou. Vale a reitoria da Unifap, um espaço político importante, com um grande orçamento, e que tem mais alunos do que vários municípios do Estado tem moradores. Sem poder concorrer a um terceiro mandado, o pós-doutor em farmacologia, José Carlos Tavares, vai deixar a cadeira e pelo menos quatro professores estão de olho nela.

A Unifap tem hoje cerca de 7 mil estudantes espalhados em campus de vários municípios, o maior deles na capital. O orçamento varia sempre que recebe emendas de parlamentares ao orçamento da Unifap. No passado o cargo de reitor era sempre preenchido por indicações políticas, geralmente ligadas ao PMDB. Hoje a eleição da lista tríplice é pelo voto de estudantes e professores, mas a escolha final é do Ministério da Educação.

Entre a comunidade acadêmica quatro nomes aparecem como pré-candidatos: Eliane Superti, do colegiado de ciências ambientais, Adelma Barros, ex-pró-reitora de ensino da atual administração, José Luiz, do colegiado de ciências biológicas, e do vice-reitor Antônio Filocreão. Pelo menos dois deles seriam ligados à administração de José Carlos Tavares.

Sala do DCE mostrar sinais do ambandono

Sala do DCE mostrar sinais do abandono

E mesmo sem ter o Estatuto Eleitoral elaborado e aprovado no Conselho Universitário, os nomes não param de surgir dentro do campus, mesmo sem a participação ativa dos alunos. Os estudantes começam a esvaziar os corredores, numa demonstração de que o movimento estudantil da Unifap está desmotivado.

Nem no corredor do bloco D, conhecido por ser o bloco das movimentações estudantis, se escutam mais os estudos e observações que caracterizariam um movimento integrado e ativo para mais uma eleição à reitoria. Hoje é comum encontrar os Centros Acadêmicos (CA’s) com as portas fechadas e pequenos grupos de alunos reunidos conversando sobre a vida e a correria dos estudos.

Um dos pontos de encontro que ainda existem no campus é a “Oca Kokiri”, que em tupi significa a Oca da Paz. Os alunos ainda frequentam o local para debater os mais diversos assuntos, mas pouco debatem sobre o processo que se aproxima. O sentimento e de que o movimento estudantil está parado e que as movimentações que eram facilmente vistas em 2011, já não fazem parte da vida universitária. “Há dois anos estaríamos ouvindo os vários conchavos e com certeza já teriam as bandeiras em punhos para mais uma eleição”, avalia Rogério Serrano, formando 2013 em história.

Diego Morais (Dir.) lembra como era o movimento estudantil em 2011

Diego Morais (Dir.) lembra como era o movimento estudantil em 2011

Diego Morais, estudante da turma de 2009 de ciências biológicas, acha que vê inércia dos acadêmicos é reflexo do desinteresse por causas comuns dentro da Unifap. E que as reuniões, antes temidas pela reitoria por culminar em passeatas e pneus queimados em frente à Instituição, já não são mais vistas.

“Não vemos mais esse ímpeto em mudar a realidade da nossa educação dentro da Unifap. As pessoas entram, estudam e vão para as suas casas. No último pleito ocorrido em 2010, no momento em que a comissão de eleição ainda estaria sendo formada, os alunos já estavam mobilizados para tentar ter um voto mais ‘pesado’ nas urnas, pois com o atual estatuto são precisos três votos de alunos para computar um voto concreto”, lembrou Diego.

Ao que parece esses assuntos serão apenas objetos de estudo do futuro historiador Rogério Serrano.

Seles Nafes
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