Difícil sair de casa sem encontrar sacos de lixo espalhados e sendo rasgados por cães de rua e urubus. E os céus de Macapá, aliás, nunca tiveram tantos. Em meio a esses caos, a empesa Clean, ainda responsável pelo serviço, tinha nesta segunda-feira, 27, apenas quatro caminhões coletores circulando na capital, ou seja, menos da metade necessária. A prefeitura, que continua impedida pela Justiça de assinar contrato com a Terra Plena (ganhadora da licitação cancelada pela Justiça), marcou para esta terça-feira a apresentação pública da nova empresa.
A apresentação da empresa Terra Alta terá o desfile de 12 caminhões numa solenidade marcada para acontecer pela manhã ao lado do Teatro da Bacabeiras. Ao mesmo tempo, a Câmara Única do Tribunal de Justiça estará julgando o mérito da ação que cancelou liminarmente a licitação.
Além dos quatro caminhões coletores, 10 caçambas da prefeitura tentam amenizar a lixarada na capital, mas as caçambas não são eficientes quanto os caminhões compactadores. Há montes de lixo espalhados em quase todas as ruas. Nos bairros do Buritizal, Infraero II, Renascer e Universidade, entre outros, não há coleta há duas semanas. “O carro coletor não passa aqui na rua há duas semanas. Para não deixar o lixo em casa nem jogar na rua, eu coloco em duas sacolas e levo para o contêiner da feira”, conta o morador do buritizal, Antônio Dias.
Segundo o secretário de Manutenção Urbanística, José Molt Alverne, as lixeiras espalhadas na cidade aparecem porque a Clean não tem mais condições de fazer a coleta. “Um carro coletor da empresa leva em uma viagem 9 toneladas de lixo, como a empresa reduziu os caminhões o lixo aumentou”.
A prefeitura está ajudando com 10 caçambas que levam por viajem até três toneladas de lixo, cada uma. “Com a coleta reduzida pela capacidade dos caminhões pedimos a compreensão dos moradores”, pede o secretário.
De acordo com a Semur, a solução definitiva vai ser a nova empresa Terra plena. “Assim que a nova empresa assumir, vamos redefinir as rotas, os horários e fazer divulgação para os moradores saberem os dias de coleta”, explica o secretario.
Se no julgamento desta terça-feira a decisão não for favorável, a prefeitura fará um novo contrato emergencial, provavelmente com a Terra Plena, que já se instalou em Macapá.