O tempo fechou nesta terça-feira, 11, durante sessão da Câmara de Vereadores de Macapá. Vereadores da oposição e da base de apoio do prefeito Clécio Luis (PSOL) bateram boca depois que um dos vereadores denunciou a existência de um suposto esquema para desviar dinheiro do contrato de aluguéis de veículos na prefeitura de Macapá. Um grupo quer a criação de uma CPI para investigar o caso.
A confusão começou quando vereador Augusto Aguiar (PMDB) apresentou denúncia baseada na reportagem de um tabloide que seria ligado ao grupo do ex-senador Gilvan Borges. A reportagem fala do contrato da prefeitura com uma empresa que teria entre os sócios um filiado do PSOL. O primeiro contrato com duração de seis meses teria sido feito sem licitação no valor de R$ 2,5 milhões.
A denúncia, que estaria sendo investigada pelo Ministério Público Federal, afirma que a empresa locava veículos de filiados e simpatizantes do PSOL e depois sublocava para a PMM. Um outro contrato teria sido firmado com a mesma empresa, depois da realização de um processo licitação que resultou num contrato de mais de R$ 3,3 milhões.
Augustou Aguiar pediu a criação de uma CPI, sugestão imediatamente rechaçada pelo líder do governo na Câmara, o vereador André Lima (PSOL). Houve intensa troca de acusações entre as lideranças dos dois partidos. “Porque não solicitaram esse tipo de investigação na época do prefeito Roberto Góes (PDT)?”, indagou ironizando.
A discussão só terminou depois que o vereador Lucas Barreto (PSD) interferiu lembrando que antes de tudo é necessário solicitar oficialmente informações à prefeitura. “Se tiver que assinar CPI eu assino, mas antes precisaremos de informações confiáveis. Isso pode ou não ser verdade, temos checar”, ponderou cauteloso.
O presidente da CMM, Acácio Favacho (PMDB), ficou de encaminhar ainda durante o dia um pedido de informações à prefeitura. Para dar entrada em uma CPI, são necessárias pelo menos 8 assinaturas. E para instalar a comissão seriam no mínimo 12 adesões. Dificilmente a comissão passa. Além da oposição ter minoria na Casa, deve haver uma desmobilização natural dos trabalhos próximo do carnaval e depois com a aproximação das convenções partidárias. Mas tudo pode acontecer.