Depois de uma vida de trabalho, idosos sofrem com a violência dos filhos

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Este ano já chega a 17 o número de registros de maus tratos a idosos no Estado, de acordo com o Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa Idosa. Em 2013 foram 129 casos. As denúncias vão desde constrangimentos em filas de bancos e repartições públicas até cárcere privado.

 

Idosa agredida recebe cuidados médicos. Os filhos são os principais agressores

Idosa agredida recebe cuidados médicos. Os filhos são os principais agressores

Neste início de ano o município de Mazagão é o que vem apresentando os registros mais chocantes de maus tratos a idosos. Membros do Conselho estiveram no município averiguando algumas denúncias e se depararam com situações em que idosos eram submetidos a situações degradantes. A presidente do Conselho, Nádia Souto, conta que em um dos casos o filho que mantinha o pai trancado em um quarto, e usava um cabo de vassoura para agredi-lo. Outro caso apurado pelo Conselho, é o de uma senhora de 78 anos, paraplégica que era mantida em condições desumanas pela própria irmã. Esse caso foi o que mais chamou atenção pelo fato de que mulher vivia em um pequeno quarto sem a presença de ninguém para auxiliar em suas necessidades. Os agressores foram denunciados e devem responder criminalmente pelos maus tratos. 

Ainda em Mazagão, os conselheiros acompanharam o caso de uma senhora que agredia o marido preso a uma rede após ter passado por dois derrames. Eles viviam sozinhos se alimentavam de porque os vizinhos ajudavam. “Esse conseguimos resolver com mais rapidez. Como não havia um responsável legal conseguimos a transferência deles para o Abrigo São José”, contou Nádia Souto.

 Agressões em Público

 De acordo com Nádia Souto, em Macapá os casos mais comuns de maus tratos a idosos acontecem em locais públicos. Esta semana, por exemplo, uma mulher de 70 anos foi agredida verbalmente dentro de uma repartição pública depois de ficar várias horas em pé numa fila. A agressora foi a própria atendente. Ela procurou o Conselho que já encaminhou caso à promotoria pública. 

Porém, lamenta Nádia Souto, nem todos os casos são tão fáceis de resolver. Um exemplo, é o caso do filho usuário de droga que aterroriza os pais diariamente. As sessões de humilhação são tantas que a mãe, uma senhora de 80 anos, decidiu denunciar o filho. “Ela chegou conosco pedido a prisão do filho, que é usuário de crack, pois não aguenta mais ser agredida junto com o marido. Neste caso estamos pedindo o afastamento do filho do convívio com os pais”, explicou Nádia Souto.  

Segundo a presidente do Conselho dos Idosos, a burocracia em algumas situações fazem emperrar o processo que demora muito tempo para ser resolvido. Em alguns casos os idosos desistem da vida e cometem suicídio. Esse foi o caso de um homem que tirou a própria vida em novembro do ano passado. Ele foi encontrado pendurado em uma corda dentro do quarto. “Nós estávamos acompanhando o caso de agressão, porém a demora para uma solução levou o homem a tirar a própria vida” contou Nádia. 

 

PARA DENÚNCIA

 

Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa Idoso 

Avenida Raimundo Álvares da Costa, entre Eliezer Levy e Odilardo Silva.

 

Telefones: 3212-9143 // 3212-9145 // 9113-0479.

Seles Nafes
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