Poesia e a tragédia do Novo Amapá voltam ao palco

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Durante o mês de fevereiro o Teatro Porão do Sesc se transformará em um cômodo do navio Novo Amapá, que protagonizou o maior desastre fluvial do Estado. As histórias e relatos em forma de poesia trazem um pouco da memória de sobreviventes e parentes dos mortos. A peça Novo Amapá foi criada pelo do Grupo Eureca em parceria com a Cia. Supernova de Teatro.

A peça já faz parte do calendário do teatro do Amapá, que no dia 06 de janeiro sempre lembra tragédia que deixou cerca de 400 vítimas. A montagem é baseada no texto “Triste Janeiro” do diretor e dramaturgo Joca Monteiro. Através de uma carpintaria poética a obra homenageia todos os envolvidos naquele acontecimento. “Na peça o público é conduzido a viajar nos sonhos e encantos da infância, onde o “puc puc” dos barquinhos dá ao homem o prazer da libertação. Na luta por este sonho, o homem se torna coisa, carga, engrenagem de um sistema mecânico que o explora de todas as formas e nos acontecimentos mais corriqueiros”, afirma o diretor de arte Paulo Rocha.

O destaque da peça é a sonoplastia que leva os expectadores a se sentir dentro da embarcação, com o reforço da ação poética dos atores. “A peça traz um pouco dos relatos de parentes e sobreviventes que atrelados aos versos do texto de Joca Monteiro montam essa história cheia de tristezas e boas lembranças dos entes que se foram”, contou o diretor do espetáculo Jones Barsou.

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Durante todas as sextas-feiras de fevereiro a peça estará em cartaz no Sesc, a partir das 20h, fazendo parte do projeto Vamos Comer Teatro. O projeto já está em seu oitavo ano consecutivo e sempre traz uma nova opção de peça teatral a cada mês. ” O projeto tem cumprido bem o seu papel nesses últimos anos de existência, haja vista os raros espaços cênicos em prol dos grupos e artistas na cidade de Macapá, cidade onde se concentra a maior parte dos artistas produtores” afirmou o coordenador teatral do Sesc Amapá, Genário Dunas.

De acordo com o coordenador a aposta para 2014 é criar pequenos circuitos de grupos e espetáculos parceiros que acreditam na política cultural da instituição para discutir artes cênicas nas escolas públicas da capital Macapá. “Entendemos que a primeira fonte cultural que bebemos é a escola. Assim queremos levar espetáculos alternativos para dentro das instituições de ensino para discutirmos com educadores e alunos a riqueza das artes cênicas no Amapá”, acrescentou Dunas.

Oficina de Teatro:

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Junto aos espetáculos ofertados o Sesc também abre inscrição para o Projeto Oficinão de Teatro, que todos os anos monta um grupo teatral da instituição, com o objetivo de representar o estado nos projetos de divulgação culturais nacionais e regionais, como o Projeto Palco Giratório, Sesc Amazônia das Artes e Aldeia das Artes.

As inscrições estão abertas a jovens, adultos e idosos e estão sendo feitas na Casa de Cultura do Sesc Araxá. “O oficinão terá duração de três meses e começa suas atividades no dia 10 de fevereiro, estendendo-se até 16 de maio. Na ocasião serão trabalhadas as principais teorias/atividades do teatro, a exemplo de: história do teatro, as tendências do teatro, as principais vertentes do teatro contemporâneo, improvisação, partitura física, leituras interpretativas, técnica vocal, entre outros”, anunciou Dunas.

As aulas acontecerão no Teatro Porão, localizado nas dependências do SESC Araxá, durante a semana de segunda a sexta.

Seles Nafes
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