Os últimos dias não tem sido nada fáceis para quem precisa dar entrar no seguro desemprego em Macapá. Além da própria condição de estar desempregado, passou a pesar a total incapacidade do Sine (Sistema Nacional de Emprego) em atender com eficiência e conforto o trabalhador. A demanda cresceu tanto que o serviço foi obrigado a adotar um sistema de senhas. Nesta sexta-feira, 25, dezenas de trabalhadores precisaram amanhecer na fila para receber senhas de atendimento para a próxima segunda-feira, 28.
Há cerca de 20 anos, o Sine funciona no mesmo prédio, às margens da Praça Floriano Peixoto, no Bairro do Trem. Nos últimos meses, o movimento que já era demais para a pequena estrutura, ficou ainda maior porque o prédio do Ministério do Trabalho foi interditado. Trabalhadores que procuravam o MT para dar entrada no benefício foram remanejados para o Sine. “A procura subiu de 40 por dia para 100”, diz o coordenador do Sine Raimundo Tavares, referindo-se apenas à demanda do Seguro Desemprego.
Esta semana, a coordenação do Sine anunciou a adoção das senhas, e pediu reforço da Rede Super Fácil para tentar minimizar o desconforto dos trabalhadores que ainda não tem prazo para terminar. O prédio da Superintendência do Ministério do Trabalho, que funciona no Bairro Central próximo ao Hospital de Emergência, está fechado porque ameaça a segurança dos funcionários. O prédio está caindo aos pedaços e aguarda o término de uma licitação para passar por obras.
Nesta sexta-feira, dezenas de trabalhadores amanheceram na fila para receber uma das 40 senhas distribuídas para segunda-feira. “Não é possível que não dê para transferir a gente para outro lugar. O Super Fácil poderia estar fazendo esse atendimento pra gente”, frisou uma balconista que perdeu o emprego há um mês. Assim como a maioria dos trabalhadores, ela chegou ao Sine no fim da noite desta quinta-feira, formando uma cena que ainda deve se repetir por bastante tempo.