A audiência de instrução que tinha como objetivo ouvir Caroline Costa de Sousa acusada de mandar matar o ex-marido, funcionário da Eletronorte Antonio Ciríaco Moreira, não foi concluída nesta quinta-feira, 29. Das 16 testemunhas que deveriam ser ouvidas, três não compareceram e outras deram depoimentos confusos. Isso fez com que o Ministério Público pedisse a suspensão da audiência. A instrução vai continuar em data a ser definida pela Promotoria. Como na instrução de processo o réu é o último a depor, Caroline Costa de Sousa não chegou a ser ouvida.
Ao todo, cinco pessoas são acusadas do crime. “Há indícios nos autos de autoria e receptação, mas ainda é cedo para atribuir culpa a alguém. Consta no processo que a Caroline é acusada de ser mandante. São três acusados de homicídio qualificado, e o Marcelo Almeida, que teria receptado alguns objetos retirados da vítima”, explicou o promotor do caso, Alaor Azambuja.
O crime aconteceu no dia 24 de março do ano passado na casa da vítima, localizada no Bairro Santa Rita, Zona Sul de Macapá. Os advogados da ré defendem a tese de latrocínio, enquanto a acusação afirma que Caroline mandou executar o ex-marido porque estava interessada no seguro de vida e no FGTS dele no valor de R$ 150 mil. Caroline teria planejado o crime para pagar dívidas de jogo.
Antônio Ciríaco trabalhava na Hidrelétrica Coaracy Nunes há 27 anos e era conhecido e admirado pelo seu trabalho e empenho na empresa. Ele foi estrangulado dentro da própria casa, e estava com os pés e braços amarrados. Câmeras de segurança de casas vizinhas flagraram entrada e saída dos assassinos na casa da vítima. Os criminosos deixaram a casa em uma moto e no carro da vítima.
Consta no processo que a ré teria planejado o crime e contratou Cleyson da Silveira Alves, Renner de Jesus Lopes e Jean Diego Maradona Reis de Souza para executarem o plano. Atualmente os três acusados estão foragidos da Justiça.
A defesa de Caroline afirma que o crime foi latrocínio, roubo seguido de morte, e que a ré está sendo acusada por antipatia que a família da vítima tinha contra ela. “O que existe é uma mera presunção de que ela seria mandante de um crime que tem todas as características de latrocínio. Essa acusação contra Caroline surge da antipatia natural que os familiares de Ciríaco tinham com ela”, explicou o advogado de defesa, Mauricio Pereira.
Marcelo de Almeida é réu no caso por ter comprado um Iphone da vítima, mas o advogado dele, Antônio Soares, recorreu com pedido de desmembramento do caso. “O meu cliente teria comprado um telefone de pessoas que supostamente teriam cometido o crime. Ele comprou esse aparelho do acusado Rener no valor de R$ 600. Na verdade, Marcelo está sendo acusado quando deveria ser testemunha no caso. Já pedimos o desmembramento do processo que será analisado”, comentou o advogado Antonio Soares.