A migração incentivada pela mineração é a única explicação para o crescimento violência no município de Pedra Branca do Amapari, cidade do interior do Amapá que já foi considerada uma das mais pacatas do estado. Em menos de um mês, 3 crimes chocaram a população, que nesta quarta-feira, 7, foi para as ruas pedir mais segurança.
No início do mês o autônomo Alex da Silva Alves, de 28 anos, foi assassinado a golpes de terçado numa briga. Há duas semanas uma menina de apenas 10 anos foi estuprada dentro de casa enquanto os pais estavam fora. A garota descreveu o agressor como um homem branco com muitas tatuagens nos braços e que até agora não foi preso. No último fim de semana um açougueiro foi morto a tiros pelo ex-patrão.
O município de Pedra Branca tem uma população estimada entre 8 mil e 9 mil habitantes, mas possui apenas 12 policiais militares que nem possuem viaturas. Cansados de pedir apoio ao estado, lideranças comunitárias se juntaram a um protesto organizado por professores e alunos da Escola Estadual Maria Helena Cordeiro, com apoio da Secretaria Municipal de Juventude.
A manifestação percorreu algumas das principais ruas do município. Muitas crianças e adolescentes participaram segurando faixas e cartazes. Uma das faixas dizia: “criança é para ser amada e respeita, e não estuprada”.