Já pensou em ser segurança? Proteger patrimônio, trabalhar em escalas de plantões de 12 horas e folgar outras 24 horas? Isso muitos trabalhadores já fazem. Mas e se fosse necessário que seu posto de trabalho fosse um cemitério? Muitos temeriam tal tarefa por pura superstição, mas tem gente que encara o trabalho como apenas mais um na carreira.
O vigilante Nilson Pereira acha que não há nada a se temer dentro de um cemitério. A não ser a ação de vândalos. “Acho que devemos temer os vivos, pois esses sim nos fazem mal. Os mortos já se foram e nada podem fazer contra a nossa integridade física”, ponderou. Nilson trabalha há cerca de um ano no Cemitério São Francisco, localizado no KM-04 da BR-210, já na saída da cidade de Macapá, um local marcado pelo silêncio da vizinhança.
Como disse o vigilante, os vivos assustam mais que os mortos. O cemitério é sempre palco de rituais de candomblé. “Acho que o mais próximo do sobrenatural que chegamos no cemitério, e que me dá certo receio, são as atividades de pessoas do candomblé. As pessoas invadem à noite e fazem o que conhecemos como despachos. É muito comum observarmos garrafas de vinhos e pequenas urnas com pedaços de carne”, contou o vigilante.
Já o coveiro, que nãos quis se identificar com receio de chacotas, relatou a única vez que presenciou lago diferente no cemitério. “Certa vez, quando estava em meu horário de almoço, deitei aos pés de uma mangueira na quadra seis para descansar. Quando estava pegando no sono ouvi o som de que alguém se aproximava. Parei para olhar e não vi nada. Então fui pra perto de outros colegas”, lembrou.
A história é famosa entres os amigos de trabalho, porém, além dessa narrativa, ninguém tem outros relatos sobre contos assombrados do local, apenas os que outros funcionários, que pediram demissão, contaram. “Já houve dois vigilantes que pediram demissão após alguns meses pegando o plantão noturno. Em um dos casos ele narrou que uma menina vagava pelo local, correndo atrás de cachorros e gatos que dormem no local. Contudo, apenas eles e os cachorros podem contar essas histórias”, disse sorrindo o vigilante.