Pelo menos 70% dos agentes penitenciários ficaram de braços cruzados desde o último domingo, 4, numa paralisação de advertência que terminou nesta terça-feira, 6. E como o Governo do Estado não deu a mínima para as reivindicações, os agentes resolveram divulgar no último dia de paralisação imagens da situação dentro do Instituto Administrativo Penitenciário do Amapá (Iapen). E são de arrepiar.
Na lista de reclamações sobre as condições de trabalho está o alagamento que atinge os corredores que ligam os pavilhões. “Com a água empoçada as fossas transbordam e as fezes se espalham pelos caminhos que são percorridos constantemente pelos agentes. Trata-se de uma situação de saúde pública, já que essa situação pode comprometer a saúde física de agentes e, principalmente, dos presos. Todos nós estamos sujeitos a contrair patologias infectocontagiosas”, argumentou o presidente do sindicato da categoria, Clemerson Gomes.
Outro problema denunciado por meio das imagens é a precariedade dos pavilhões. Alguns estão sem telhado, o que facilita as fugas. Um dos exemplos é o pavilhão de triagem, onde ficam os acusados de estupros. Sem o telhado os criminosos ficam mais vulneráveis a agressões de outros presos.
As imagens também mostram a situação de um corredor que fica sobre os pavilhões. Os agentes têm que passar ao lado de fios de alta tensão correndo riscos. “Eles (direção do Iapen) colocaram apenas uma proteção de plástico, mas isso não é suficiente. Temos que tomar bastante cuidado ao passar pelo local”, reclamou Clemerson.
As guaritas desativadas são outro problema. De 13 apenas quatro funcionam, fato que dá um ânimo maior nas tentativas de fuga dentro do Iapen. Isso também aumenta a tensão dos agentes dentro do complexo, principalmente no período da noite. A categoria estará reunida para decidir pela greve na próxima sexta-feira, 9.