Maria Celis: 30 anos de profissão parados pela violência

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O corpo da professora Maria Celis Coutinho Ferreira, de 56, anos, assassinada com duas facadas na tarde da última quarta-feira, 21, durante um assalto, foi velado durante todo o dia na casa em que morava na Avenida Antonio Coelho de Carvalho, no Bairro Santa Rita. Maria Celis tinha mais de 30 anos de magistério.

O assalto ocorreu em frente ao conjunto Mucajá, no Bairro do Beirol. Ela saia de um treinamento para educadores no Sesc-Araxá quando foi atacada por dois assaltantes menores de idade que tentaram arrancar a bolsa dela. A vítima tentou segurar a bolsa e foi esfaqueada no pescoço. Ela ainda caminhou até o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que fica quase ao lado, onde pediu ajuda. A hemorragia intensa provocada pelo golpe levou a vítima à óbito no Hospital de Emergência. Os dois menores foram presos.

R.Martins, viúvo da professora: 38 anos de convivência

R.Martins, viúvo da professora: 38 anos de convivência

Maria Celis Coutinho Ferreira concluiu o curso de licenciatura plena em Pedagogia em 1983. No ano seguinte, começou a trabalhar na Escola Municipal Amapá. Foi lá que, segundo a família, ela se apaixonou pela profissão e decidiu se capacitar. Ela era definida pelos colegas como uma profissional determinada.

Ela ainda lecionou nas escolas Aracy Nascimento, Roraima, Nivalda Portal e Elita Nunes, todas da rede municipal. Nas três últimas também foi diretora.

O corpo da professora foi velado na casa onde ela morava. Amigos e colegas foram se despedir

O corpo da professora foi velado na casa onde ela morava. Amigos e colegas foram se despedir

Maria Celis deixou três filhas e dois filhos, além do marido, com quem era casada há 38 anos. O viúvo da professora, que é tenente da Polícia Militar, R.Martins, contou a dificuldade em aceitar a partida da companheira de longa data. “Estamos abalados com a forma como ela se foi. No momento que soube, fiquei revoltado e com os ânimos a flor da pele. Mas, depois refletindo, pedia força de Deus para me ajudar. Toda a família está revoltada e confiante que será feita a justiça com os assassinos. Mas a falta dela na minha vida, isso ninguém pode apagar”.

A família está totalmente abalada e pedindo justiça com os menores que assassinaram a professora. “Eu tenho que ser forte. Meu pai passou mal de pressão quando soube da morte dela. Não é fácil você ver os pertences da sua mãe ali é saber que ela nunca mais voltará. Difícil ainda é saber que esses infratores podem ser soltos pela morte da minha mãe”, disse o filho da professora, Wendel Ferreira.

Amigos comentaram emocionados sobre a perda da colega de trabalho. “Ela era muito querida. Sempre disposta em ajudar e resolver o problema de todos. Na última vez que conversamos ela estava super feliz pela aprovação da PEC 111, já que ia se aposentar pelo Governo Federal. A perda é enorme”, disse a auxiliar de serviços gerais, Julia Farias.

A Prefeitura de Macapá, por meio da Secretaria Municipal de Educação (Semed), emitiu uma nota lamentando a perda da professora e o prefeito Clécio Luís anunciou o luto oficial nesta quinta-feira. O enterro da professora foi marcado para cemitério São José, no Bairro do Buritizal, Zona Sul de Macapá.

Os menores que cometeram o assassinato da professora estão detidos na Delegacia Especializa em Atos Infracionais (Deiai), no Bairro do Trem.

 

Seles Nafes
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