Advogados, gestores e representantes da sociedade civil participaram na manhã desta terça-feira, 3, da audiência pública sobre saúde na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Secção Amapá, que apontou as falhas do sistema público de saúde amapaense. A audiência foi realizada na sede da entidade e propôs a assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta como forma de garantir o cumprimento das promessas feitas pelos gestores.
Na audiência foram apresentados os problemas já conhecidos dos amapaenses: superlotação nos hospitais, falta de médicos e remédios, infraestrutura precária, falta de investimento nas unidades básicas, além da longa fila de espera para cirurgias ortopédicas e cardíacas. Segundo o presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB/AP, José Calandrine, a audiência é resultado de um grande trabalho de inspeções feito a partir de denúncias de usuários do sistema de saúde. “Verificamos um descaso das nossas autoridades com a saúde pública. Não precisa de muito para melhorar a saúde. Recursos existem, o que falta são projetos e gestão para destinar esse dinheiro para os lugares certos”.
Foi constatado que as unidades de pronto atendimento possuem mais estrutura que as unidades mistas. Os relatórios indicam basicamente os mesmos problemas. “Percebemos a falta de medicamentos, médicos, e principalmente a reclamação da demora na realização de cirurgias ortopédicas. Com a demora esses pacientes acabam ficando sujeitos a infecções e outros males”, ponderou a presidente da Comissão de Saúde Pública, Roane Góes.
O secretário de estado da saúde Jardel Nunes compareceu a audiência e falou dos projetos do Estado para o setor. “Sabemos que existem muitos gargalos no setor. Estamos priorizando as reformas e a entrega de R$ 25 milhões em equipamentos. Mas garantimos que até dezembro deste ano o problema de cirurgias cardíacas infantis será resolvido”, prometeu Jardel Nunes.
Para o presidente da OAB/AP, Paulo Campelo, os problemas na saúde são resultado do descaso que vem de muito tempo. “Sabemos que os problemas não são recentes, principalmente os problemas estruturais. Isso é um triste retrato da falta de investimento no passado, que foi aumentando e piorou”.
A alternativa proposta foi a assinatura de um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) entre OAB, Ministério Público Federal, Ministério Público do Estado e autoridades responsáveis por investimentos na saúde.