A janela do ônibus

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Não existe lugar para desenvolvermos melhor a capacidade cognitiva, filosófica e espiritual que na janela de um ônibus. Vemos pessoas que não nos veem, vemos situações que ninguém percebe, vemos a vida correndo lá fora, a velocidade da rotina em um ângulo invisível do observado. Na prática, ela representa a janela de nossas almas, a libertação do espírito aprisionado, a exteriorização dos desejos e fonte de reflexões sobre nossas futuras aspirações. Ali refletimos sobre passado, presente e futuro. Planejamos, pensamos, reorganizamos e projetamos nossos ideais, sonhos e metas.

É o lugar onde nos desconectamos da realidade e submergimos no mundo da imaginação, da fantasia, no mundo dos sonhos, mesmo que por lapso exíguo, mas nos desvencilhamos dos problemas e agruras da nossa lide diária. A sensação do vento tocando em nossos rostos, nos fazem, momentaneamente, esquecermos da nossa lida diária. Não existe um lugar melhor para refletirmos sobre o sentido da vida e colocarmos nossos pensamentos em ordem.

Nem seu travesseiro, nem a silenciosa beirada de um rio, nem o monte Himalaia nos permitem uma sensação semelhante. Acabamos encontrando as soluções para nossos problemas, resolvendo questões complexas, análogo a um verdadeiro “brainstorm” da vida real, que nos obriga a encontrarmos entradas e saídas para as mais diversas situações enigmáticas da vida. Indubitavelmente a janela do ônibus é mais que um divã, é uma terapia diária imprescindível.

Seles Nafes
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