Apagões dão prejuízos e consumidores já falam em racionamento

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Nas últimas semanas as interrupções no fornecimento de energia tem sido tão frequentes que o macapaense já se pergunta se o Amapá vive um novo racionamento. A sensação é essa. Em algumas áreas da capital a falta energia ocorre pelo menos duas vezes ao dia. Muitos consumidores reclamam da perda de eletrodomésticos. No último domingo, 17, moradores do Bairro do Trem chegaram a interditar a Rua Jovino Dinoá para protestar.

Os bairros das zonas Sul e Oeste de Macapá são os mais afetados com as quedas de energia. Buritizal, Trem, Nova Esperança, Beirol, Jardim Marco Zero, Zerão, Cabralzinho, Marabaixo I, II, III e IV são os que mais apresentam reclamações na Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA).

Moradores dessas regiões afirmam que falta energia ocorre principalmente no período da noite. “Desde a semana passada falta energia pelo menos duas vezes ao dia aqui no bairro. Também não cai água na torneira. Sempre acontece à noite quando queremos descansar”, reclamou a moradora do Marabaixo II, Marlete Soares, de 35 anos. Na última terça-feira, 19, a Zona Oeste ficou mais de 6 horas sem energia. 

As oscilações já trouxeram prejuízos à proprietária de um salão de beleza no Bairro do Trem. Na sexta-feira passada, 15, a energia faltou por 4 vezes queimando duas centrais de ar e 16 lâmpadas. “Gastamos mais de R$ 3 mil no conserto das centrais. Ainda não trocamos todas as lâmpadas. A gente perde equipamentos e clientes também. O prejuízo é muito grande”, afirmou a dona do estabelecimento, Raquel Figueiredo, de 27 anos.

Eletrificação do Marabaixo IV foi manobra do governo do Estado para tentar impedir despejo judicial

Eletrificação do Marabaixo IV entregue no início do ano. Mesmo assim a Zona Oeste sofre com os apagões

Os consumidores dizem que já não têm a quem recorrer. “Falta tanta energia que a gente até já se acostumou. Hoje já faltou duas vezes. É um descaso com a população. Ninguém tem uma resposta satisfatória, mas se a gente atrasar o pagamento da conta não demoram para cortar”, declarou a estudante e moradora do Conjunto Cabralzinho, Natália Ferreira, de 18 anos.

A CEA informou por meio de nota que a interrupção parcial de energia que tem ocorrido em pontos localizados da cidade decorre de problemas com arborização ou devido à instabilidade inerente do sistema isolado da Usina Termoelétrica de Santana. A Companhia reiterou que está investindo em manutenção preventiva para reduzir os desligamentos que vêm ocorrendo, reforçando o número de equipes e intensificando os serviços para melhorar a rede de distribuição.

Seus direitos

De acordo com a Associação de Consumidores de Energia Elétrica, o Código de Defesa do Consumidor determina que os serviços de saneamento básico e energia devem ter fornecimento adequado e contínuo, além de ser garantida a efetiva reparação pelos danos causados em caso de pane.

Segundo a legislação, a suspensão no fornecimento de energia elétrica pode ocorrer nos casos em que seja necessário efetuar reparos, modificações ou melhorias nos sistemas, ou então em situações de emergência. De qualquer forma, cabe ao prestador informar aos usuários sobre a interrupção com antecedência, sendo que a comunicação deve ser feita de forma ampla, possibilitando que todos os consumidores tomem conhecimento.

A exceção fica por conta dos casos de emergência. O consumidor tem o direito de pleitear reparação pelos prejuízos sofridos, e requerer o abatimento proporcional dos valores pagos indevidamente na conta.

Seles Nafes
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