“Foi um acerto de contas mal sucedido”, diz parente de taxista assassinado

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A onda de crimes já vitimou 93 pessoas por homicídio este ano em todo o Estado. O caso mais recente ocorreu na tarde de quinta-feira, 4, no Bairro do Muca, Zona Sul de Macapá. Quatro homens armados com pistolas 380 mataram o taxista Célio Tadeu Silva, de 49 anos. Segundo a polícia, os homens queriam matar o passageiro do táxi, mas acabaram tirando a vida do motorista.

Célio Tadeu, conhecido pelo carisma e paciência, era taxista há 20 anos. Deixou 2 filhos adolescentes e muita tristeza na família. “Estamos em um momento muito delicado. Minha mãe acabou de operar de câncer e ainda não demos a notícia a ela. Agradecemos a comoção e o interesse de todos pela história, mas pedimos privacidade nesse momento”, disse uma irmã de Célio que preferiu não se identificar.

Neudo Nunes, o "Cotoco", levou três tiros mas sobreviveu

Neudo Nunes, o “Cotoco”, levou três tiros mas sobreviveu

Célio tinha acabado de sair de casa e pegou o passageiro Neudo Nunes dos Santos, de 33 anos, conhecido por “Cotoco”. Quando o carro parou na Rua Professor Tostes, em frente a escola Cecilia Pinto, o veiculo foi cercado por 4  elementos que disparam contra o taxista e o passageiro. Célio Morreu na hora. Segundo a polícia, trata-se de um acerto de contas mal sucedido, já que o alvo dos criminosos era o passageiro.

De acordo com um primo da vítima que não quis ser identificado, a família já sabe quem são os criminosos. “Já passamos, inclusive, essa informação à polícia. Aqueles criminosos estavam atrás do “Cotoco”. Mas, quem matou meu primo foi o “Luizinho”. Agora queremos Justiça”, declarou.

De acordo com a polícia “Luizinho” é traficante de drogas no Muca e divide o bairro com “Cotoco”. Os dois brigam por espaço na mesma região. Informações que chegaram aos investigadores, dão conta de que “Cotoco” havia ameaçado “Luizinho” de morte, que resolveu agir primeiro e armou a emboscada. Mas a vítima foi um inocente. “Cotoco” levou três tiros e não morreu. Passou por uma cirurgia no Hospital de Emergência e está fora de perigo, segundo a direção do HE.

Rizonilson Barros: "o taxista não tem como saber quem é bandido ou não"

Rizonilson Barros: “o taxista não tem como saber quem é bandido ou não”

O crime preocupou os taxistas. Segundo o Sindicato da categoria, eles são vítimas frequentes de assaltos e roubos. Só no ano passado o Centro Integrado Operacional de Defesa Civil (Ciodes) registrou mais de 1.100 ocorrências envolvendo taxistas. “É muito difícil para o taxista mapear quem pode ou não ser assaltante ou criminoso. Conhecia o Célio de longa data e lamentamos sua perda. Era uma pessoa dedicada ao trabalho e que foi vítima de um acerto de contas do qual ele nem sabia”, declarou o presidente do Sindicato dos Taxistas (Sintaxi), Rizonilson Barros.

Célio entra para a estatística como a 56ª vítima de homicídio em Macapá este ano. No ano passado nesse mesmo período, foram registrados 46 mortes. Os dados são do repórter policial João Bolero Neto, que faz levantamentos dos crimes em todo o estado.

Seles Nafes
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