Pelo menos um dos eleitos em outubro para compor a bancada federal terá sérios problemas para se manter no cargo. A presidente da Federação das Indústrias do Amapá (Fieap), Josy Rocha (PTB), eleita deputada federal, acaba de ser condenada pela Justiça. Segundo denúncia ofertada pelo Ministério Público, ela teria sido beneficiada num esquema que desviou dinheiro de uma cooperativa de veículos que prestavam serviço para a Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA). O valor mensal do contrato era de R$ 300 mil.
O Ministério Público do Estado denunciou Josevaldo Araújo Nascimento, a irmã dele, Joziane Araújo Nascimento (Josy Rocha), e João Mariano do Nascimento, pai da deputada. A Promotoria de Investigações Criminais começou a investigar o esquema depois de queixas registradas na Promotoria da Cidadania contra a Cooperativa dos Prestadores de Serviços de Veículos Automotivos do Estado do Amapá (Coopserva).
De acordo com o MP, Josevaldo Nascimento, presidente da cooperativa, teria feito várias transferências de dinheiro da cooperativa para as contas o João Mariano e Josy Rocha. Num só dia, ele teria transferido R$ 5,5 mil para Josy e mais R$ 5,5 mil para o pai, João Mariano. O mesmo gesto se repetiu pelo menos mais uma vez com o dinheiro dos cooperados.
Em agosto do mesmo ano, diz a denúncia, o presidente transferiu para si próprio R$ 40 mil. O dinheiro dos cooperados foi parar numa conta de previdência privada de Josevaldo. Três meses depois, o presidente e irmão da deputada transferiu de novo mais R$ 18 mil para sua previdência privada.
Durante as investigações, Jozevaldo colocou no banco a culpa pelas transferências irregulares, mas sem apresentar provas.
Já a irmã, Josy Rocha, apresentou uma versão diferente. Ela afirmou ao MP que as quantias recebidas em sua conta pertenciam, na verdade, a outros cooperados que não possuíam conta bancária.
As investigações começaram em 2008, mas só agora, em 2014, os acusados foram interrogados e denunciados por apropriação indébita. O MP diz que pai e filhos não conseguiram comprovar nada do que disseram durante suas defesas. “Seus argumentos ficaram a carecer de maior densidade, pela total ausência de prova do que alegaram. Esdrúxula foi uma das justificativas apresentadas pelos réus, de que o funcionário do Banco Bradesco teria realizado transação bancária incorreta, o que, se realmente verídica fosse, seria facilmente provada com documentos bancários ou com o próprio testemunho deste funcionário como testemunha de defesa”, justificou o juiz Julles Anderson, da 3ª Vara Criminal de Macapá.
Jozevaldo foi condenado a 2 anos e quatro meses de prisão, mas teve a pena substituída por 10 salários mínimos de multa. Josy Rocha também foi condenada a 2 anos e 4 meses, e ganhou o mesmo direito de pagar em multa no valor de 10 salários mínimos.