Processo de militar teve 2 audiências em 5 anos

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Há 5 anos a família Brito luta por justiça. O motivo é a morte do cabo Edson Ferreira Brito, de 36 anos, durante um curso de formação em 2009. Na tarde desta segunda-feira, 17, uma testemunha de defesa foi ouvida na 3ª Vara Criminal de Auditoria Militar de Macapá. Foi a 2ª audiência do caso. A família teme a prescrição do processo, que no caso dos militares é de 5 anos.

Jorivana Brito, irmã do cabo: medo da prescrição

Jorivana Brito, irmã do cabo: medo da prescrição

O cabo Edson Brito participava da última aula do curso de formação de sargentos do Corpo de Bombeiros do Amapá. O exercício ocorria no dia 17 de novembro de 2009, no Rio Matapi, Zona Rural de Macapá. O cabo morreu afogado ao tentar atravessar um trecho do rio segurando apenas em uma corda submersa.

Cabo Edson, que morreu afogado: família acusa Justiça de tratar com caso com morosidade

Cabo Edson, que morreu afogado: família acusa Justiça de tratar com caso com morosidade. Foto: Álbum de família

A morte do cabo gerou debates acerca das provas militares em curso de formação. Segundo testemunhas, o comando do Corpo de Bombeiros não havia dado autorização, além de não oferecer a estrutura de segurança necessária para a realização da prova. “O nosso superior indagou sobre a prova, mas o comando geral não autorizou. Mas, mesmo assim, nós fizemos. Eles disseram que era nossa prova final”, disse a sargento Josane, que na época estava na mesma equipe do cabo.

O caso foi denunciado pelo Ministério Público do Amapá em 2010. Mas a família diz que existe morosidade no trâmite processo. A primeira audiência do caso ocorreu em 18 de agosto deste ano, onde foram ouvidos os réus, dois coronéis e um major. Eles respondem por negligência, abuso de poder e tortura. Se forem condenados, os réus podem pegar de seis a nove anos de prisão, pena que deve ser maior já que os indiciados são militares.

A família teme que o processo caduque antes de ser julgado. A Justiça tem prazo de 5 anos para julgar crimes contra militares “Nós temos provas que culpam três pessoas. Temos medo que por causa da lentidão da justiça o processo acabe passando do prazo de ser julgado. É uma luta constante por justiça pela vida do meu tio que morreu devido à irresponsabilidade dos organizadores da prova”, desabafou a sobrinha da vítima, Jorivana Brito, de 36 anos.

O promotor Alonso Zampa cuida do caso. Nesta tarde, um oficial foi ouvido como testemunha de defesa. A partir de terça-feira, a justiça abre o prazo de 10 dias para alegações finais da defesa e acusação. Depois da análise, o juiz do caso, Jullie Anderson, dará o veredito final.

Seles Nafes
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