“Pane seca” paralisa Polícia Civil do AP

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Todas as delegacias de polícia que funcionam no prédio do Ciosp do Pacoval amanheceram esta quarta-fera, 10, com viaturas sem combustível. Segundo os delegados, há mais de uma semana que os carros não recebem gasolina ou diesel. Os casos mais urgentes são atendidos porque os policiais fazem “vaquinha”. A falta de combustível soma-se a outros obstáculos que os delegados precisam vencer todos os dias para trabalhar. 

Delegado Glemerson Arandes, da DCCPE: tudo parado

Delegado Glemerson Arandes, da DCCPE: tudo parado

O telefone da delegacia não funciona, assim como a internet. Os banheiros não tem papel higiênico, a impressora quando tem papel não tem tinta, ou vice-versa. Uma situação que desanima policiais como o delegado Glemerson Arandes, da Delegacia de Crimes Contra o Patrimônio (DCCP). Segundo ele, falta combustível pelo menos quatro vezes por mês, mas a crise aumentou neste fim de ano. “Chegamos ao fundo do poço. Eu não posso chamar as vítimas para depor, não posso fazer reconhecimento do acusado, não posso emitir ordem de emissão e outras mil coisas. Têm uns 200 processos parados por causa disso”, denunciou.

A mesma situação o delegado Ronaldo Coelho enfrenta na Delegacia de Trânsito (Deatran). Segundo ele, cerca de 100 processos estão parados.  “Se for contar novembro e dezembro, estamos sem gasolina há 15 dias. A investigação parou. É uma pouca vergonha. A realidade, infelizmente, é essa”, desabafou.

O delegado tem contado com a boa vontade das vítimas que querem ver os casos elucidados. José Maria Sanches, de 37 anos, por exemplo, foi vítima de um acidente no dia 15 de novembro. “Eu preciso de um laudo para provar que ela (a motorista) estava errada, mas aqui não tem gasolina para ir à Policia Técnica. Então, eu me dispus a ir lá e trazer o laudo”, relatou.

Vítima de acidente, José Sanches teve que ir na Politec buscar um laudo

Vítima de acidente, José Sanches teve que ajudar a polícia buscando um laudo na Politec

Por volta das 13h30min, a Delegacia Geral da Polícia Civil informou que amanhã, 11, os veículos do Ciosp serão abastecidos. Mas o mesmo problema começa a atingir batalhões da Polícia Militar e até a Polícia Técnica do Amapá. “O combustível só dá pra hoje”, informou uma fonte da Politec. A Secretaria de Segurança Pública não emitiu qualquer comunicado para explicar a falta de gasolina. 

Seles Nafes
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