A Procuradoria Regional Eleitoral do Amapá (PRE-AP) ingressou na Justiça Eleitoral com duas ações que podem mudar drasticamente o quadro político no Estado. As ações pedem a cassação de registros de candidatura ou diplomas do governador eleito, Waldez Góes (PDT), e do atual governador, Camilo Capiberibe (PSB), e ainda de outros políticos como o deputado federal eleito, Nilson Borges, o Cabuçú (PMDB), e do irmão dele, o ex-candidato ao Senado, Gilvam Borges. Todos são acusados de abuso de poder político e uso indevido de meios de comunicação. Se foram condenados, eles poderão ficar inelegíveis por 8 anos.
O atual governador e seu candidato à vice, Rinaldo Martins (PSOL), são acusados de coagir servidores públicos a participar de reuniões políticas, como no caso ocorrido no Corpo de Bombeiros Militar, em que um chamado obrigatório foi colado no mural de avisos da corporação convocando os militares para a convenção do PSB.
O mesmo artifício teria ocorrido na Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), Agência de Fomento (Afap), Companhia de Eletricidade (CEA), no Departamento Estadual Trânsito (Detran) e na Prefeitura de Macapá, administrada pelo Partido Socialismo e Liberdade (Psol). Até o Bope teria sido pressionado. Policiais teriam sido transferidos para outros batalhões por não aceitar a pressão política.
Já contra o governador eleito, Waldez Góes, o vice Papaléo Paes, o deputado Cabuçú e o ex-candidato ao Senado, Gilvam Borges, pesam denúncias de uso indevido do Sistema Beija Flor Beija-Flor e Tropical de Radiodifusão Ltda – ME, grupo administrado pela Família Borges. Segundo a denúncia, o sistema de comunicação foi usado para promover o candidato eleito no pleito de 2014 e apoiar abertamente a candidato de Gilvam Borges.
Durante a campanha, as emissoras chegaram a ser interditadas duas vezes pela Justiça eleitoral. O Sistema Beija-Flor é formado por dois canais de televisão e 16 emissoras de rádio espalhadas por todo o Amapá.
Os procuradores eleitorais afirmam ainda que jornalistas que trabalharam no Sistema Beija-Flor manifestaram apoio expresso ao candidato Waldez Góes. “Os representados ultrapassaram o limite do uso do direito de opinião e manifestação, indo também muito além do que se entende por crítica jornalística”, diz a ação.
O sistema Beija-Flor é acusado de ter mantido essa estratégia de forma ampla e contínua, apesar das diversas condenações do grupo no TRE do Amapá por propaganda eleitoral irregular. “Passado o pleito de 2014, os jornalistas do Grupo Beija-Flor já começam a mirar as eleições de 2016, indicando de forma inequívoca que pretendem adotar as mesmas práticas com o fito de obter êxito para seu grupo político”, enfatiza a ação.