Depois do reveillon: Os idosos que vendem latinhas

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“Eu estou desde as 4 horas da tarde de ontem catando latinha. Esse é o momento que tenho para garantir meu dinheirinho no início do ano”. Quem fala animado é o catador de latinhas Raimundo dos Santos, de 64 anos, um dos muitos catadores que passam a virada do ano juntado o lixo que as pessoas deixam na orla de Macapá para revender. Eles ajudam os garis a limpar a cidade e comemoram a virada do ano depois da maioria das pessoas.

Enquanto a enorme quantidade de lixo na orla dá trabalho aos garis, os catadores de latinhas comemoram. Seu Raimundo deu mais de 30 voltas no complexo da Beira-Rio juntando resíduos que são revendidos para reciclagem. “Eu fiquei tão animado com a quantidade de latinha e garrafa que nem percebi a noite passar”, brinca o catador.

Catador Francisco, de 68 anos: "amanhã tem mesa farta"

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Seu Raimundo tem mais disposição que muito jovens. Ele mora no Canal do Jandiá. Junta latinhas e garrafas, coloca num carrinho e leva pra casa. Depois volta e recomeça o trabalho. Ele sempre está nos eventos oficiais de grande público, quando é gerada uma grande quantidade de lixo. “Eu sempre estou nesses eventos. Nem vou descansar hoje porque vou trabalhar na posse do novo governador pela tarde. Comemorar o ano novo só amanhã, hoje é trabalho”, ressaltou.

Ele não está sozinho nesse trabalho sustentável. O aposentado Francisco Raimundo de Lima, de 68 anos, é outro idoso que trabalha juntando resíduos. “Eu vim pra cá às cinco da manhã. Essa é a sexta vez que levo sacola de lata e garrafa pra casa. Tem muito para todos, graças a Deus. Amanhã tem uma mesa farta para comemorar o ano novo com a família”, disse.

Seles Nafes
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