O número de assaltos a estabelecimentos comerciais em Macapá tem assustado comerciantes. A situação está tão complicada que em menos de 24 horas seis roubos foram registrados pelo Centro Integrado de Operações e Defesa Social (Ciodes). Alguns números chamam atenção nesses registros. Um exemplo é o fato de que em apenas um dos casos os assaltantes foram presos. Isso significa, segundo a própria polícia, que os bandidos estão soltos e podem voltar a agir a qualquer momento.
Outro dado que chama atenção, é que dos seis registros quatro foram na Zona Sul da cidade, um no Centro e um na Zona Norte. O bairro mais visitado pelos assaltantes foi o Buritizal, com dois casos. O detalhe é que os dois aconteceram na área comercial da Avenida 13 de Setembro, onde o primeiro roubo ocorreu por volta das 16 horas de segunda-feira, 19, em uma loja de ferragens, de onde os bandidos levaram R$ 1 mil e um cordão de ouro do proprietário. O segundo registro aconteceu às 13 horas de terça-feira, 20. O alvo desta vez foi uma importadora. Ninguém foi preso em nenhum dos casos.
Outro fato que chama atenção da polícia, é que dos seis assaltos cinco foram praticados por bandidos em dupla. Em quatro casos foram usadas armas de fogo. O único caso em que os infratores foram presos aconteceu em um mercantil no Bairro Pacoval, e eram dois jovens de 20 e 17 anos.
Existem casos em que os bandidos estudam a rotina do estabelecimento e o movimento dos proprietários. No assalto registrado no Centro, por exemplo, o dono de uma loja de material de construção foi ao banco sacar dinheiro para fazer pagamento de funcionários. Mas não sabia que estava sendo observado pelos bandidos, que o assaltaram quando entrava na loja. Eles levaram R$ 53 mil. Também nesse caso ninguém foi preso.
Um comerciante que trabalha na Avenida 13 de Setembro há mais 12 anos ouvido por SelesNafes.Com desabafou: “não temos mais segurança nem para trabalhar. Contratei segurança particular para ter um pouco de sossego, mesmo assim não dou bobeira para esses marginais”. O empresário pediu para não ser identificado.
A Divisão de Comunicação da Polícia Militar enfatiza que apesar do número de ocorrências, o trabalho nas ruas vem sendo feito de maneira mais ostensiva. Hoje o número de policiais nas ruas aumentou, principalmente depois que muitos policiais saíram de gabinetes e colocados para ajudar no policiamento. “Atendemos todas as ocorrências de imediato, mas em muitos casos é impossível prever a ação dos assaltantes. É importante destacar que apesar de não terem sido presos na hora do delito, eles estão sendo investigados e podem ser presos a qualquer momento”, afirmou o capitão Pedro Davi.