Campanha: Perguntas de médicos podem ajudar a identificar uma criança desaparecida

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Os médicos do Amapá acabam de aderir a uma campanha nacional para encontrar crianças desaparecidas. Os profissionais estão sendo orientandos a fazer questionamentos durante o atendimento que possam revelar se aquela criança que está no consultório é ou não uma criança que desapareceu. A campanha foi lançada nesta segunda-feira, 25, em Macapá.

Hoje no Brasil existem cerca de 250 mil crianças desaparecidas. Isso significa que a cada 15 minutos uma criança some de casa. No mundo inteiro esse número chega a 20 milhões. Baseado nesses números, o Conselho Federal de Medicina (CFM) está realizando em todo o país a campanha “Vamos resgatar nossas Crianças!” que visa disseminar práticas simples que podem evitar novos desaparecimentos.

A campanha está acontecendo dentro dos hospitais que oferecem atendimentos a crianças. O alvo desse trabalho são os pais e os médicos, personagens que podem ajudar muito na campanha contra o desaparecimento.

“Hoje esses dois personagens são os que mais convivem com as crianças. Os médicos, que através de perguntas simples podem detectar se há parentesco das crianças consultadas e os acompanhantes. Os pais por estarem mais perto, podem utilizar procedimentos para evitar um desaparecimento”, explicou a coordenadora da campanha no Amapá, a médica Rosilene Trindade.

Médicos visitam hospitais para disseminar a campanha

Médicos visitam hospitais para disseminar a campanha

“Os pais devem ensinar as crianças a falarem os nomes desde cedo e se possível memorizar o telefone de um familiar. Também devem registrar as crianças com rapidez, sendo em cartórios com a certidão de nascimento ou nos órgãos de emissão das carteiras de identidade, documento que ser tirado antes mesmo da criança ser alfabetizada. Além disso, deve procurar a polícia imediatamente após o desaparecimento para que as buscas iniciem o mais cedo possível”, elencou a também coordenadora, Rosenilda Barros.

Em tempo de tecnologia em alta é essencial que os pais também saibam com quem os filhos estão se relacionando pelo telefone ou redes sociais. Assim, podem evitar que pessoas possam se aproveitar da inocência. E o mais essencial: ficar atento às relações dentro da escola e bairro onde a criança costuma brincar, mantendo-a sempre sob a supervisão de um adulto.

A médica Rosilene Trindade é uma das coordenadoras da campanha no AP

A médica Rosilene Trindade é uma das coordenadoras da campanha no AP

Já os profissionais de saúde devem fazer perguntas simples que possam apontar que a criança não é filho ou parente do acompanhante.

“O pediatra deve indagar qual o parentesco da criança com o adulto que a acompanha. Perguntar se a pessoa sabe o histórico de doença da criança ou remédios que não pode tomar. Deve observar também se a criança não fica com medo do acompanhante e se ela responde aos estímulos familiares. Tudo isso buscando a identidade das pessoas para verificar se há algum grau de parentesco. Munidos dessas respostas o médico pode traçar um relatório para informar à polícia ou ao Conselho Tutelar sobre as suas suspeitas”, argumentou Rosilene.

Os médicos também devem ficar atentos a hematomas que a criança possa apresentar. Violência deve ser relatado ao Conselho Tutelar, com endereço e as desconfianças feitas por escrito.

Em todos os casos a pessoa pode entrar em contato com o “Disque 100” que funciona 24 horas em todo Brasil e recebe denúncias que possam levar ao paradeiro de crianças desaparecidas.

 

Seles Nafes
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