A presidente do Tribunal de Justiça do Amapá, desembargadora Sueli Pini, reagiu às críticas de representantes dos servidores do Judiciário, que decidiram deflagrar uma nova greve a partir do próximo dia 9. Para ela, a categoria usou de má fé para burlar a liminar que declarou a primeira greve ilegal na semana passada.
A categoria decidiu na quarta-feira, 27, deflagrar uma nova paralisação por tempo indeterminado, desta vez garantindo que 30% dos servidores efetivos continuarão trabalhando.
Pini disse que a segunda greve busca driblar a liminar que já declarou ilegal a greve iniciada no dia 19 de maio e fixou multa diária de R$ 50 mil em caso de descumprimento e corte de ponto.
“Além disso, as reivindicações já foram em grande parte atendidas e as poucas que ainda não, deve-se ao simplesmente ao fato de que não há recursos orçamentários. Há uma grave crise econômica no país que possivelmente vai gerar uma longa recessão e até mesmo uma depressão. O TJAP não imprime dinheiro e nem nós, o gestor, fazemos mágica”, disparou.
A categoria não aceitou os 4% de reajuste, e diz que a presidente prioriza a remuneração dos magistrados em detrimento ao salário dos servidores. O aumento para os juízes teria sido de 16%, segundo o Sindicato dos Serventuários. De acordo com ela, o menor salário de um servidor da Justiça é de R$ 6 mil reais, e há muitos salários que estão no teto, acima de R$ 30 mil.
“Não é verdade que priorizamos remuneração de magistrado. Que o diga a Associação de Magistrados, que tem uma grande pauta de reivindicações e boa parte delas em pendência. É desonesto o Sinjap colocar os servidores em disputa com juízes, cujas categorias são diversas”.
A presidente garantiu que ao longo dos anos o TJAP tem valorizado o servidor.
“O tribunal nunca atrasa o pagamento, e muitas vezes até paga antes do dia 25. As férias e 13º salário estão sempre em dia. O horário de trabalho do servidor é de 6 diárias, o que significa 1/4 do dia. Fazer greve por causa de 2%, ou seja, por causa de menos de R$ 200 é inconcebível”.
Pini disse ainda que está à disposição para o diálogo, e que por isso pediu audiência de conciliação no processo judicial em andamento.