Servidores da Justiça do Amapá iniciaram nesta terça-feira, 19, uma greve por tempo indeterminado. Além do pagamento de promoções, a categoria reivindica reajuste maior do que os 4% anunciados pelo Tribunal de Justiça. O início da paralisação foi marcado por um ato público em frente ao Fórum da capital.
A greve foi decidida pela categoria em assembleia realizada no último dia 7 de maio. Os servidores querem um percentual maior de reajuste já o que os 4% são menos da metade da inflação dos últimos 12 meses.
Os servidores querem ainda revisão do plano de cargos e salários, pagamento de 4 promoções atrasadas e gratificação por risco de vida para assistentes sociais, entre outras reivindicações.
“Nós (sindicato) não participamos da questão orçamentária. O tribunal criou uma comissão para debater o assunto, mas nunca houve uma reunião”, diz o presidente do Sindicato dos Serventuários da Justiça, Jocinildo Moura.
A categoria também exige o pagamento das diligências infrutíferas, aquelas em que os oficiais de Justiça não conseguem encontrar as partes para serem intimadas.
“O pagamento dessas diligências é uma determinação do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e vale para todo o Brasil. No Amapá, os oficiais de Justiça usam seus próprios carros e o Tjap retém o pagamento dessa indenização de locomoção”, disse o presidente do Sindicato dos Oficiais de Justiça, Gesiel Oliveira.
A entidade diz ainda que não existe uma mesa efetiva de negociação entre a categoria e a direção do Tribunal de Justiça. A última reunião que tratou do assunto ocorreu na semana passada com a presidente do Tjap, desembargadora Sueli Pini. “Ela não apresentou qualquer proposta pra gente”, comentou Moura.
O Judiciário do Amapá tem ao todo cerca de 1 mil servidores efetivos em todos os 16 municípios. De acordo com o sindicato, apenas a comarca de Serra do Navio não aderiu ao movimento de hoje. A entidade garante que 30% dos servidores estão trabalhando, o que deve representar atraso na tramitação de processos e lentidão no atendimento ao público.
Tribunal
A presidente do Tribunal de Justiça do Amapá emitiu uma nota comentando que o suposto descumprimento de normas do Conselho Nacional de Justiça é uma afirmação irresponsável do Sindicato dos Serventuários.
“A conduta do Sindicato vai de encontro à reconhecida eficiência e correção das administrações do Tribunal, aplaudidas pelo próprio CNJ. Além disso, fere irresponsavelmente a imagem de uma das mais conceituadas instituições do Estado”, diz a desembargadora Sueli Pini.
A presidente diz ainda que o tribunal se empenhará para que “a população não seja prejudicada por eventual paralisação, inclusive estando disponível para diálogo com o Sindicato, como sempre esteve”.