Brincadeira que deu certo: Já foi no Pobr’s?

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Há quase três semanas uma marca ganhou os mêmes das redes sociais. A lanchonete Pobr’s, uma brincadeira com a famosa franquia Bob’s, virou um dos assuntos mais comentados no Facebook e Whatsapp. A pequena lanchonete, que fica ali no Bairro do Trem e oferece um cardápio com nomes nada convencionais, virou a sensação e é frequentada até por artistas de Macapá.

O Pobr’s não é bem uma novidade. A marca criada pelo casal Kayse Calado e Eduardo Raiol já existe há seis anos, mas pela primeira vez está em um ponto fixo.

“No início trabalhava apenas com a venda de hot-dog e comidas típicas em um ponto móvel, que normalmente ficava próximo a faculdade Ceap, na Rodovia Duca Serra. E foi nesse espaço que nomeamos a lanchonete por conta de uma brincadeira dos estudantes. Eles diziam que ali o lanche era para pobres”, contou Kayse Calado.

Kayse lembrou que o nome surgiu porque a lanchonete de dentro da faculdade praticava preços elevados e, os acadêmicos acabaram criando uma brincadeira em cima disso: “Eu vou comer lá no pobres mesmo”. Assim foi criada a marca itinerante que vendia comidas em faculdades, micaretas e até em filas de veículos, principalmente próximo ao Rio Matapi, no período da festa de São Tiago.

“Tudo começou num período em que eu estava tendo problemas financeiros. Lembro que numa sexta-feira tinha R$ 60, mas tinha que pagar uma conta de R$ 150 na segunda-feira. Então depois de muito pensar, decidi investir o dinheiro em materiais para fazer comida e vender. Minha sorte foi que estava acontecendo uma micareta no Sambódromo, meu primeiro ponto de venda. O sucesso foi tão grande, que na segunda-feira tinha lucrado R$ 3 mil”, lembrou a empreendedora.

Pessoas conhecidas como Fineas e outros artistas costumam frequentar o Pobr's

Pessoas conhecidas como Fineas e outros artistas costumam frequentar o Pobr’s. Fotos: Anderson Calabdrini

A mão de obra foi divida com o marido, Eduardo, que também já havia trabalhado com a venda de lanche na rua. “Me orgulho de dizer que fui o primeiro vendedor de lanches a R$ 1 nos anos 90 em Macapá. Uma ideia que surgiu quando percebi que as lanchonetes vendiam os lanches muito caros. Com isso vendia cerca de 600 lanches em um dia”, contou Eduardo.

O empreendimento ganhou mais destaque com os nomes dos pratos. Nomes que vão desde riquinho (hambúrguer) até pobreza suprema (x-tudo).

“Não sei se a ideia dos nomes diferenciados foi boa ou ruim. Foi boa porque o cardápio virou um acontecimento na internet, e as pessoas que chegam aqui passam muito tempo para fazer o pedido porque se divertem com os nomes. Gostam de postar o cardápio em suas redes sociais. O lado ruim é que sofremos com os furtos de cardápios. As pessoas não se contentam apenas com as fotos e alguns clientes levam o cardápio para casa”, acrescentou Eduardo.

O meme com a cara de Eduardo fez sucesso na internet

Um dos mêmes que fizeram sucesso na internet

Vale ressaltar que cada nome tem uma explicação. A história que mais se destaca é o hambúrguer Mucajá. É uma homenagem a um conto que virou piada no conjunto habitacional que tem o mesmo nome.

“Antes das pessoas saírem da parte de baixo do Mucajá, muitos moradores tinham pequenos negócios, entre eles um senhor que criava porcos para abate. Quando eles foram remanejados para o conjunto e foram informados que não poderiam criar animais para abate, esse senhor começou um comércio clandestino. Mas com o tempo os moradores do bloco começaram a desconfiar por conta do mau cheiro. Até que um dia pegaram ele entrando com os porcos no prédio. Assim surgiu a ideia de nomear o nosso x-bacon de mucajá”, contou Eduardo.

Muitos cardápios são levados pelos clientes

Muitos cardápios são levados pelos clientes

Outra curiosidade do cardápio e a disposição dos nomes. Os mais ostentosos, como rico e riquinho, são os hambúrgueres mais simples e os mais pomposos, com mais ingredientes, recebem os nomes de mendigo e pobreza suprema.

“Isso tem uma explicação lógica. Observamos que quanto mais ricos mais simples ficam os pratos. Por exemplo, o caviar. É um prato caro, mas que não tem sustança. Diferentemente dos pratos mais populares como a feijoada, que tem bem mais ingredientes”, distinguiu Eduardo.

Pode ser que o sucesso seja momentâneo por conta das especificidades do ambiente. Mas o empreendimento tem chamado a atenção de ricos e pobres, que adotaram para si mais essa brincadeira que viralizou na internet.

Seles Nafes
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