Os servidores do Judiciário que estão em greve desde a última terça-feira, 9, realizaram um panelaço em frente ao Fórum de Macapá na manhã desta quinta-feira, 11. Os serventuários afirmam que estão sendo assediados por membros do tribunal para voltar aos seus postos. Até um documento oficial estaria obrigando chefes de seção a relatar funcionários que aderiram ao movimento.
“A todo o momento surge uma conversa diferente. Está rodando um documento que solicita nosso retorno ao trabalho. De dez em dez minutos chega um aparato militar que tenta desmobilizar nosso ato. Mas, nós não vamos sair daqui enquanto não conseguirmos um reajuste digno”, garantiu o presidente do Sindicato dos Serventuários da Justiça (Sinjap), Jocenildo Moura.
Os servidores da justiça somam são 980 funcionários em todo o estado. Além da revisão do reajuste, fixado em 4% pela direção do tribunal, os servidores querem o pagamento das diligências negativas (quando os oficiais não conseguem entregar as intimações), promoção, qualificação e planos de carreira e salários, criação de unidades médicas no interior e adicional de periculosidade (em casos de área de fronteira).
A primeira audiência de conciliação entre as partes será na sexta-feira, às 11 horas, no prédio do Tribunal de Justiça. A conciliação será mediada pela OAB/Amapá.
”Nós entendemos que uma instituição séria como a OAB tem que mediar esse conflito. Não queremos brigar, queremos a garantia do que é nosso”, declarou Jocenildo.
Essa é a segunda greve dos servidores da Justiça neste ano. A primeira foi considerada ilegal numa ação movida pelo próprio Tribunal de Justiça.
Na quarta-feira, a Justiça decretou mais uma vez a ilegalidade do movimento, e determinou o corte dos pontos dos servidores. A direção do tribunal diz que a maioria dos servidores continua trabalhando normalmente.