Um projeto de lei que pretende tornar o melody patrimônio cultural de natureza imaterial do Amapá, de autoria do deputado Antonio Furlan (PTB), gerou protestos de representantes do Marabaixo que foram até a Assembleia Legislativa nesta segunda-feira, 22. Eles queriam pressionar o autor a desistir do projeto de lei. Furlan não recuou.
O melody é um ritmo musical de batida rápida que surgiu nos Estados Unidos e foi adaptado pelos paraenses. No Amapá existem dezenas de grupos que praticam a dança envolvendo centenas de jovens.
“O melody não tem raiz nenhuma com o Amapá. Ele é um movimento que veio do Pará. Patrimônio é algo ligado às nossas raízes. Que ligação o melody tem com a cultura do Amapá? Essa é uma proposta que afronta a cultura do Amapá, ferindo nossa história”, declarou a presidente da Associação Cultural Marabaixo do Laguinho, Daniela Ramos.
Segundo o deputado, além de reconhecer o movimento melody, o projeto tem como objetivo desmitificar esse gênero musical que hoje é marginalizado.
“As pessoas que fazem parte do movimento do melody são muito discriminadas. Mas é um movimento organizado, com trabalho social e muitos pais de família participam. Nosso objetivo é reconhecer o movimento e as pessoas que dele fazem parte”, argumentou o parlamentar.
Durante a reunião o deputado ponderou sobre o reconhecimento do melody como movimento cultural. Ele lembrou que um projeto de lei de 2008 de autoria do então deputado Roberto Góes (PDT) já tinha tornado o Marabaixo patrimônio imaterial. Por outro lado, os representantes do Marabaixo alegaram que o ritmo não pode ser considerado amapaense.
Mesmo com oposição à proposta, a previsão de votação do Projeto de Lei que torna o melody patrimônio cultural imaterial do Amapá deve ser votada na próxima segunda-feira, 29, durante sessão ordinária da Assembleia Legislativa.