Lição de humanidade que fica para sempre

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Eu fui pregar em uma tribo indígena no meio da floresta amazônica, na fronteira com o Suriname. Lembro-me que cheguei na manhã em que aconteceu a tragédia do naufrágio durante o círio fluvial, que vitimou 18 pessoas em frente à Macapá. A informação chegou rapidamente à aldeia indígena via rádio da Funai.

Quando a informação foi repassada, eu estava na igreja, ministrando para cerca de duzentos índios. Todos eles se ajoelharam com rosto no pó e choravam alto. Perguntei para o cacique porque eles faziam aquilo, e a resposta foi uma lição de humanidade, fraternidade e empatia, que aprendi ali.

Índios ensinam o que é solidariedade e sentimento de amor pelo próximo

Índios ensinam o que é solidariedade e sentimento de amor pelo próximo

O cacique me disse que eles estavam chorando pelos que ficaram. Estavam sentindo a dor dos parentes que perderam seus entes. Eles não sabiam quem eram, mas imaginavam a dimensão da dor, e que aquela era a forma que a tribo expressava sua compaixão. Era uma forma de sentirem a dor do próximo.

Aprendi uma lição que nunca mais esquecerei. Precisei voar quase duas horas para dentro da floresta amazônica para aprender a verdadeira essência coletiva, o verdadeiro sentimento de dor e compaixão ao próximo. Sentimento que se perdeu em nossa sociedade, cada vez mais individualista e indiferente à dor do próximo. “chorai com os que choram” (Rm 12.15).

Seles Nafes
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