A Guarda Municipal de Macapá trava uma verdadeira batalha contra o uso do cerol, mistura de cola e vidro usada nas linhas das pipas. O grande problema é que a lei 1.455/2005, que proíbe a o uso da mistura nunca foi regulamentada. Com isso, o trabalho de fiscalização se restringe apenas em retirar de circulação o material que causa graves acidentes e até morte.
Segundo dados da Guarda Municipal, já foram retirados de circulação mais de 200 carretéis de linhas com cerol das ruas de Macapá, somente este ano. Mais de 60 rolos foram apreendidos apenas na primeira semana do Macapá Verão. A grande dificuldade do órgão é fazer o trabalho repressivo, já que a lei não foi regulamentada e não há punição para o usuário do cerol.
“Tanto quem vende como quem usa cerol não pode ser punido perante a lei. Nas nossas inspeções também tiramos de circulação vidros e colas que podem ser usadas para fabricar o material. Mas é difícil esse combate, principalmente nesse período, quando a prática é comum em toda cidade”, desabafou o comandante da Guarda Municipal, Ubiranildo Macedo.
No ano passado, o uso do cerol ceifou a vida do motoqueiro Pedro Arnaldo do Rosário, de 42 anos, que trafegava na Rodovia Duca Serra, onde foi atingido por uma linha e teve o pescoço cortado. O ferimento foi tão profundo que ele não resistiu.
Ubiranildo Macêdo explica que como a lei não foi regulamentada, a apreensão do material é realizada com base na portaria 007 do Juizado da Infância Adolescente, que veta a diversão de pipas com cerol em ruas e locais com grande circulação de pessoas.
“Temos realizado patrulhas na orla, balneários e praças, mas solicitamos aos pais que nos ajudem a fiscalizar e conscientizar os adolescentes quanto ao perigo que o uso pode oferecer aos pedestres, ciclistas e mototaxistas”, enfatizou o comandante.