Crime da Lavagem: Depois de nove anos, mandante ainda não foi julgado

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Nove anos já se passaram e o julgamento do principal acusado pelo assassinato que ficou conhecido como “crime da lavagem” ainda não aconteceu. Luiz Almeida Monteiro seria julgado nesta terça-feira, 25, na 2ª Vara do Tribunal do Júri, mas a sessão foi suspensa pela terceira vez.

Luiz Monteiro é acusado de ser o mandante do assassinato e ocultar o cadáver de Josias Oliveira dos Santos, que na época tinha 40 anos. O crime ocorreu em 10 de novembro de 2006, na lavagem Nova Era, localizada na Avenida 13 de Setembro, Bairro do Buritizal.

Sandro Modesto conseguiu suspender o julgamento mais uma vez

Advogado Sandro Modesto conseguiu suspender o julgamento mais uma vez. Fotos: Cassia Lima

De acordo com os autos do processo, Monteiro era sócio de Josias, e tinha uma dívida como ele no valor de R$ 27 mil. Monteiro teria encomendado o crime para não quitar o débito. O corpo foi esquartejado e colocado em caixas espalhadas pelo Canal das Pedrinhas, em um ramal do KM 58 da BR-156, e na AP-070.

A defesa pediu suspeição alegando que um relatório policial aceito nos autos pelo juiz Nazareno Hausseler colocaria o magistrado como suspeito para julgar o caso. O Tribunal de Justiça avaliará o pedido para uma nova data do júri.

O primeiro julgamento do caso ocorreu em 2010, mas foi anulado pela Justiça e um dos acusados foi excluído do processo. Já em maio de 2014 houve um segundo julgamento. Luiz Monteiro foi condenado como mentor do crime junto com Milton Ribeiro, que teria executado a vítima com uma faca e uma marreta.

Milton foi condenado e cumpre pena no Iapen. O advogado de Luiz Monteiro recorreu e ele ficou aguardando um novo julgamento em liberdade até hoje.

“Alegamos o uso de uma prova ilícita declarada em juízo que ficou no processo. Infelizmente, o juiz entende de forma diferente. Por isso pedimos suspeição dele no julgamento até que essa prova seja retirada do processo, caso contrário, acreditamos que o juiz é parcial na decisão”, declarou o advogado de defesa, Sandro Modesto.

Advogado Maurício Pereira diz que o juiz não é suspeito

Advogado Maurício Pereira diz que o juiz não é suspeito

A prova que a defesa se refere é um depoimento do acusado dado à época na delegacia. Segundo a defesa, o depoimento foi colhido sob tortura. O depoimento já foi retirado do processo depois de pedido do Ministério Público, mas a defesa solicita que essa parte do processo se torne impronunciável, já que isso, na visão de Sandro Modesto, torna o juiz parcial.

“O relatório não anula o processo. O depoimento já foi retirado dos autos e o juiz não é suspeito. Mas isso é uma estratégia da defesa para adiar o julgamento e para o assassino ficar mais tempo solto na sociedade”, destacou o assistente de acusação, Mauricio Pereira.

Por enquanto, o terceiro julgamento continua suspenso. Nove anos esperando por justiça, a família da vítima acredita que Josias foi morto porque estava cobrando um dinheiro que havia emprestado para o réu.

“Eles mataram meu irmão para não pagar a dívida. Queremos que a justiça seja feita. Por nove anos sofremos esperando essa justiça. Esse homem é sim assassino do meu irmão”, afirmou a irmã da vítima, Maria de Lourdes Oliveira dos Santos.

 

Seles Nafes
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