O presidente da Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA), Ângelo do Carmo, esteve na Assembleia Legislativa na tarde desta quinta-feira, 20, para dar explicações sobre as constantes quedas de energia e desligamentos no Estado. Ele deixou claro que as quedas vão continuar até que toda a rede seja trocada. O prazo é de 2 anos.
Ângelo do Carmo foi convidado pela Comissão de Direitos Humanos e do Consumidor (CDH), mas parlamentares de outras comissões também estiveram presentes, e fizeram questionamentos ao presidente da companhia.
O presidente começou afirmando que o problema é antigo e que não será resolvido de uma hora para outra.
“Foram anos de descaso, sem investimentos na rede elétrica que ficou deteriorada e não suporta a carga de energia. Além disso, existem milhares de “gatos”, que são as ligações clandestinas, que contribuem para o acirramento do problema”, disse o presidente aos deputados.
Ângelo do Carmo mostrou aos deputados que a situação da companhia é crítica. Segundo ele, hoje a CEA compra o KW/H de energia por R$ 386, e repassa ao consumidor por R$ 305, ou seja, a empresa teria que absorver um prejuízo de R$ 81 por KW/H.
“Além desse prejuízo, temos que lidar com as ligações clandestinas, que sobrecarregam a rede causando queima de transformadores. Nós estamos efetuando fiscalizações em todo o Estado para identificarmos esse roubo de energia e assim amenizar o prejuízo”, afirmou.
As quedas de energia e os desligamentos vão continuar acontecendo até que toda a rede velha seja trocada. O prazo estipulado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para a CEA concluir o serviço é de dois anos.
“A Aneel determinou que a CEA melhore os serviços prestados à população em dois anos. Nós temos que nos apresentar a cada três meses na Aneel para prestar esses esclarecimentos e mostrar como está o andamento dos trabalhos. Nós somos obrigados a cumprir esse prazo”, concluiu Ângelo do Carmo.
“Ficou definido que vamos elaborar um termo de Ajuste de Conduta para forçar a CEA a diminuir esse prazo de dois anos. Na semana que vem esse termo estará pronto”, disse o deputado Pedro da Lua, presidente da CDH.
“Ligações clandestinas é crime. Então esta Casa vai unir forças com a CEA e outros órgão públicos, para desenvolver uma campanha educativa esclarecendo à população, o quanto esse tipo de prática é prejudicial para todos”, comentou o deputado Ericlaudio Alencar.