A turismóloga Neidiane Sucupira nasceu de um lugar bem inusitado: dentro de um avião a caminho de Macapá, vindo do município de Amapá. Hoje, ela busca informações para recontar a sua história e encontrar os personagens que fizeram parte desse episódio. A amapaense, hoje com 33 anos, se prepara para estudar aviação civil, e por isso passou a buscar incessantemente por fragmentos de uma história que acabou com um final feliz.
Na época, a família dela morava no município de Amapá, e as condições da saúde pública eram bem precárias na região. Não havia nenhum médico no município. Ela conta que uma enfermeira chamada Maria das Graças ajudou a mãe dela na época. O pai, desesperado sem saber muito que fazer, contratou uma empresa que prestava serviços de táxi aéreo na região de Lourenço, no município de Calçoene.
O nome do piloto era Juarez, mais conhecido como “Carioca”. O Site SelesNafes.Com apurou que ele era piloto de garimpo, e que já é falecido. A enfermeira Maria das Graças (na foto acima com Neidiane) foi uma das testemunhas do fato, e conta que o pai da turismóloga estava bem eufórico. Ele dizia que se fosse menino queria que tivesse o nome dele.
No dia 23 de agosto de 1982, logo cedo, as dores de parto começaram a ficar mais fortes, e a família preocupada. Quando os pais de Neidiane se encaminhavam para a base aérea onde embarcariam no avião, a menina, que parecia ter pressa para vir ao mundo, já estava com uma das mãozinhas para fora.
“Minha mãe conta que quando estavam sobrevoando Macapá, o piloto emitiu chamadas de SOS solicitando uma ambulância na pista, mas ela não aguentou mais segurar, e eu nasci ali mesmo, dentro do avião, com a ajuda da enfermeira Maria das Graças”, conta Neidiane.
A história do nascimento da menina num avião foi notícia em todo o Estado na época. “Na busca por recontar essa história, eu descobri que muita gente criticou o governo da época, pois o Estado não oferecia condições nos serviços de saúde prestado aos moradores de Amapá”, comentou Neidiane.
A futura comissária já percorreu todas as bibliotecas do Amapá atrás de jornais da época que divulgaram a notícia, mas ela não encontrou nenhuma edição do início dos anos de 1980.
Apesar das dificuldades em pesquisar o próprio passado, foi o seu nascimento dentro de um avião que fez nascer nela um desejo muito grande de ser comissária. Ela não quer dar muitos detalhes, depois de avaliar bem o mercado de centros de formação, descobriu que o melhor lugar para fazer esse curso é fora do país, na Argentina. “Meu sonho está bem perto de ser realizado”, concluiu.