André Silva –
Os casos de dengue aumentaram mais de 300% no Amapá de janeiro a agosto deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. Todos os municípios apresentaram aumento nos registros da doença, mas o que mais chamou atenção foi Mazagão, que registrou um incremento de mais de 10.000% no número de casos notificados. A Coordenadoria de Vigilância em Saúde (CVS) não citou o número de casos, apenas o percentual.
Em todo o Estado, no período de 1° de janeiro a 29 de agosto de 2014 foram registrados 1.434 casos suspeitos e 673 confirmados. Já no mesmo período deste ano, os casos suspeitos chegaram a 3.496 e 2.153 confirmados, com dois óbitos. O aumento no número de casos confirmados ficou em 319,9%.
O descaso das prefeituras na prevenção da proliferação do vetor da doença, o aedes aegypti, e o numero insuficiente de agentes de endemias, foram os principais motivos apontados pela CVS para o aumento dos casos. A CVS diz que a saída é investir na contratação de agentes e conscientizar a população quanto ao seu papel no combate a essas doenças.
Alguns municípios destacam-se pela elevação no número de casos notificados, como Mazagão com aumento de 10.333%; Pedra Branca do Amapari, 2.733%; Calçoene, 2.709%; Oiapoque, 1.342%; Santana, 865%; Ferreira Gomes, 685%; Macapá, 600%; Serra do Navio, 455% e Porto Grande com 124%.
“A responsabilidade de execução das ações de rotina dos programas de prevenção de doenças endêmicas, como borrifação, visita domiciliar, detecção ativa de casos, implantação de rede de diagnóstico e tratamentos, são das prefeituras. Mas fica difícil se o numero de agentes de endemias é muito baixo. Para cada mil imóveis tem que ter um agente de endemia. E a cada ano o número de imóveis aumenta, mas o número de agentes, não”, explica o coordenador da CVS Emanuel Bentes.
“Nós fizemos um diagnóstico de todos os programas em todos os municípios, e o que temos hoje é um quadro crítico. Os programas estão desaparelhados, os registros de imóveis em Macapá não são atualizados desde 2009”, afirma o coordenador.
A meta da CVS é estabelecer programas de prevenção e conscientização. O coordenador prometeu buscar recursos para aparelhar as equipes com EPIs, uniformes, bombas de borrifarão e outros materiais de campo. Todos os relatórios já foram entregues para o governo Estadual.