Crônica: O poder das asas da borboleta

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Tava aqui pensando nessa coisa da borboleta. Nisso dela bater as asas num canto do planeta e esse ato provocar uma catástrofe no outro extremo.

Por certo a borboleta não sabe disso. Se soubesse, seria uma tragédia.

Às vezes a gente toma determinadas atitudes respondendo a um impulso natural ou reagindo a estímulos externos. Somos programados de fábrica para sermos assim.

Mas, voltando à borboleta, ela provavelmente iria se sentir muito mal de saber que sua humilde e breve existência pode ser perigosa aos outros seres do planeta.

É impressionante o poder que criaturas aparentemente frágeis possuem. No sítio de um amigo ocorre uma espécie de borboleta que ilustra bem isso. Elas são de um amarelo bem claro e devem ter entre quatro e cinco centímetros da ponta de uma asa a outra.

É impressionante o poder das criaturas aparentemente frágeis

É impressionante o poder das criaturas aparentemente frágeis

O curioso e maravilhoso poder que elas têm é de provocar, quando encostam uma na outra para copular, um barulho que lembra o de dois fios elétricos se encostando.

Dois seres aparentemente inofensivos que são, em essência, pura eletricidade.

A natureza é cheia dessas maravilhas. E eu poderia ficar aqui por horas enumerando milhares de bichos e insetos e seus superpoderes, que vão do mimetismo a hipnose como estratégia de sobrevivência. 

O ser humano entra nessa faixa dos extraordinários.  O problema e que ele provoca catástrofes muito maiores do que o bater das asas de uma simples borboleta.

Há uma borboleta (acho que chama borboleta-morpho) de um azul fosforescente e com uns dez a quinze centímetros de envergadura, cuja missão é espalhar veneno nas flores para matar borboletas e besouros, e dessa forma fazer o controle dessas populações. Não sei se isso é verdade, mas, se for, nem de longe chega ao poder de destruição das armas e explosivos que se vendem a terroristas e ditadores no mundo.

No Brasil, fazendeiros se armam para matar nossos índios, com armas compradas legalmente, acredito. Se fossem borboletas seriam chamados de fazendeirus-morphos. Mas é melhor chamá-los, por enquanto, de assassinos mesmo. Quem sabe, mais à frente, possam atender pelo nome de presidiários.

Mais legais serão os dias em que, quando uma borboleta bater suas asas num extremo qualquer do planeta do outro lado coisas boas acontecerão.

Seles Nafes
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