Os vigilantes queimaram lixo e bloquearam a Avenida FAB na manhã desta quarta-feira, 28, em protesto por seis meses de salários atrasados. A categoria ameaça entrar em greve se o Estado não pagar pelo menos três meses de salários.
Segundo o Sindicato dos Vigilantes, o governo passado não pagou três meses de trabalho e a atual gestão acumulou mais três. Hoje, cerca de cinco mil trabalhadores terceirizados e de empresas contratadas, prestam serviços nas secretarias, escolas e outros órgãos da administração estadual.
“Esse ato vai continuar em protesto aos salários atrasados e a redução de funcionários anunciada pelas empresas por conta de um decreto do governo que reduz despesas nessa área. Cerca de 1 mil pais de família já perderam emprego. Não vamos frear, vamos fazer greve se nada for feito”, ressaltou Dinassi Siqueira, diretor do sindicato.
Os vigilantes se concentraram em frente a Secretaria de Estado da Educação (Seed), que detém o maior número de trabalhadores. Eles fecharam a Avenida FAB no trecho entre as ruas Leopoldo Machado e Hamilton Silva com uma fogueira feita no meio da rua.
A polícia foi chamada, mas só ficou auxiliando no controle do trânsito. O grupo conseguiu uma reunião com a secretária de Educação, Conceição Medeiros, mas nada ficou decidido.
“Nós estamos metade de um ano sem receber. Estamos endividados, muitos colegas passando necessidade. Eu já parei a faculdade porque não tinha como pagar”, enfatizou a vigilante Ilana Patrícia. Os manifestantes exigem falar com o governador para pedir que os cortes não sejam mais feitos nas empresas.
“Quem tem necessidades tem pressa. Trabalhamos e queremos receber. Isso é um direito básico, e ninguém vem lutar pela gente”, comentou a vigilante Jordana Ramos.
Segundo o procurador geral do Estado, Narson Galeno, o Estado reconhece a dívida, mas não tem orçamento nenhum para pagar os salários atrasados.
“Pedimos compreensão dos servidores nesse momento. O corte foi para todos os terceirizados. Estamos esperando entrar dinheiro para pagá-los. Primeiro pagaremos a dívida da outra gestão e depois da nossa”, prometeu o procurador, sem informar quando isso poderá ocorrer.