A eleição para conselheiro tutelar de Macapá ainda não terminou. Pelo menos é o que alguns candidatos pretendem conseguir na Justiça. Tudo por conta de um Boletim de Urna (BU) com 394 votos que não foram computados. O documento foi encontrado junto com os BUs cujos votos já haviam sido contados.
Segundo o Ministério Público, o boletim de número 131, da Zona Norte, passou despercebido pelos mesários que faziam a contagem dos votos. Alguns candidatos que concorreram ao pleito estiveram no prédio do MP na manhã desta quarta-feira, 14, e prometeram entrar com uma ação judicial para anular a eleição.
Hoje pela manhã houve a recontagem dos votos da eleição que ocorreu no dia 4 de outubro. O MP e o TRE que fizeram parte da fiscalização no dia da eleição para garantir a lisura do pleito. Nenhuma irregularidade havia sido encontrada nos locais de votação.
“O que aconteceu foi um descuido. Essa BU foi encontrada depois da contagem dos votos. A única alteração que isso proporcionou foi que o 11º colocado passou a ser 10º na Zona Norte, e isso não anula as eleições nem compromete a lisura da mesma”, disse a promotora Tânia Pereira, da Promotoria da Infância e Juventude.
A eleição para conselheiro tutelar elege os cinco candidatos mais votados. A partir do 6º colocado até o 10º ficam como suplentes. Na visão do advogado Evandro Moura, que representa alguns candidatos, a falta de contagem desses votos comprometeu a lisura da eleição.
“O resultado foi alterado porque houve mudança na colocação de candidato suplente. Na verdade, os candidatos foram chamados aqui porque o MP queria prestar um esclarecimento e não fazer a recontagem dos votos. Queremos a anulação do processo porque ele sofreu vícios. Na apuração dos votos, por exemplo, alguns mesários eram fiscais dos candidatos, e o edital diz que isso não pode. Também houve dificuldade na publicação dos Boletins de Urna, que não foram fornecidos aos candidatos”, frisou advogado.
Os candidatos vão entrar com o pedido de anulação da eleição ainda esta semana, de acordo com Evandro Moura.