“Pessoas educadas são bem tratadas”, dizem os donos do “Balneário do Joel”

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Amigos, faltando mais um fim de semana para terminar o período de férias, aí vai mais uma dica de passeio dentro do Estado. Decidirmos ir ao “polêmico” Balneário do Joel, na comunidade de Ambé, a 70 quilômetros de Macapá. Quando a Jane (minha esposa) disse que tinha feito reserva, imediatamente lembrei dos relatos que li nas redes sociais sobre pessoas que disseram ter sido maltratadas pelos proprietários, os comerciantes Joel e Sâmia. Eu já tinha a curiosidade de ir lá justamente por isso, e com as férias chegando ao fim, vi que era o momento ideal. Topei, e não me arrependi.

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Regras tornam o local limpo e extremamente organizado

Uma das polêmicas nas redes sociais foi quanto às placas que fazem advertências aos visitantes, como o aviso que convida a se retirar do local a pessoa que não concorda com os preços e decidi reclamar. A frase realmente é pesada, mas os preços do balneário não são muito diferentes dos praticados na capital. São justos.

Empresário Láercio Ayres é um dos frequentadores do local

Empresário Láercio Ayres é um dos frequentadores do local

Outro aviso parece algo arbitrário. O balneário promete “multar” em R$ 25 quem for flagrado jogando lixo no chão. Alguns acharam esses avisos verdadeiros absurdos, mas funcionam. O lugar é impecavelmente limpo e muito organizado.

Marvin pulando na parte mais funda. Mas há uma parte mais rasa só para as crianças

Visitante pulando na parte mais funda. Mas há uma parte mais rasa só para as crianças

Sâmia, a proprietária que ficou famosa nas redes sociais, admite que tem pavio curto, mas garante que é educada com pessoas educadas. “Tivemos problemas no início porque algumas pessoas acham que podem ser arrogantes e mal educadas só porque estão pagando”, queixa-se.

Restaurante funciona até às 22 horas

Restaurante funciona até às 22 horas

A comerciante disse estar processando judicialmente pessoas que fizeram críticas pesadas a ela nas redes sociais, num episódio que acabou tornando o lugar famoso. Sâmia contou que essa confusão começou porque uma visitante queria ouvir música, o que é proibido no balneário.

Um local para famílias

Um local para famílias

“Quando eu disse que não podia, ela apontou o dedo na minha cara e disse que então eu deveria mandar outra mulher, que estava ouvindo música no celular, desligar o aparelho”. Houve uma discussão entre as duas, e o resto todo mundo que navega nas redes sociais já sabe.

Chales custam R$ 150 a diária

Chalés custam R$ 150 a diária

Os proprietários também já se desentenderam com pessoas que queriam abrir o porta-malas do carro e “arregaçar” o som, ou então promover farras pesadas nos chalés.

O fato é que nem todos são tolerantes com regras, especialmente num lugar onde existem muitas delas, como no Balneário do Joel. Mas esse aparente exagero é o que atrai um número cada vez maior de famílias atrás de sossego, beleza natural, organização e bom atendimento. E isso o lugar também tem de sobra.

Reservas

Sempre há pessoas que, mesmo sem reservas, decidem conhecer o lugar. Os donos dizem que não se negam a receber ninguém, desde que o lugar não esteja lotado.

São dezenas de pirarucus espalhados nos tanques do terreno

São dezenas de pirarucus espalhados nos tanques do terreno

Visitantes observam os pirarucus

Visitantes observam os pirarucus

“Precisamos trabalhar com o sistema de reservas para manter a qualidade do atendimento. Nosso público aqui são as famílias. Quando temos reservas para 70 pessoas não aceitamos novos pedidos”, justifica Joel, que é ex-funcionário da Infraero, e decidiu transformar o antigo terreno da família num balneário comercial por acaso.

É só seguir as placas que indicam a comunidade do Ambé

É só seguir as placas que indicam a comunidade do Ambé

Só existe esta placa no caminho, mas é fácil chegar

Só existe esta placa no caminho, mas é fácil chegar

Há cerca de 10 anos, Joel deixou o trabalho no setor de operações do Aeroporto de Macapá para se dedicar ao terreno deixado pelo pai. Tentou criar gado, mas não deu certo. Depois entrou na piscicultura, ramo que vem dando bons resultados até hoje.

Além de atender ao próprio restaurante, Joel fornece tambaqui e pirapitinga para uma rede de supermercados da capital. Ele também está criando pirarucu. São dezenas espalhados pelos tanques do terreno, alguns com mais de 70 quilos. Os visitantes adoram ver os pirarucus sendo alimentados.

Preços

O cardápio no balneário é bem variado, vai do peixe frito à picanha maturada.  Ele também trabalha com cervejas importadas. E o peixe assado do Joel é perfeito. Pedimos uma pirapitinga. O quilo do peixe assado com acompanhamento completo (arroz, feijão, salada, farofa) custa R$ 50. Um peixe para quatro pessoas sai por R$ 100.  A diária em um dos chalés custa R$ 150. O café da manhã é servido no restaurante e inclui tapioquinha, misto quente, ovos, pães, bolo, cuscuz, e outras delícias, mas não está incluindo no preço da diária do chalé.

A água do balneário tem uma cor linda, por causa do fundo argiloso

A água do balneário tem uma cor linda, por causa do fundo argiloso

A principal atração do balneário do Joel é uma piscina gigantesca de água intensamente azul. A descoberta foi por acaso quando estava cavando tanques para criação de peixes. “Quando viu a água azul ele decidiu cavar mais um pouco”, lembra Sâmia. A água é azul por causa do solo argiloso.

Não demorou para que amigos começassem a visitar o lugar por causa do banho, e de boca em boca a família acabou descobrindo um novo negócio além da piscicultura.

Marvim observa o fundo

Marvim observa o fundo

A viagem até o balneário do Joel é de pouco mais de 1 hora saindo de Macapá pela BR-210. É preciso dobrar no KM-50 e seguir em frente sempre acompanhando as placas que levam para a comunidade do Ambé. Só há uma placa indicando o balneário, e essa já fica bem próxima do destino.  

Depois de 20 quilômetros seguindo as placas do Ambé (alguns trechos do ramal estão bons, outros não, mas dá pra passar), você vai ver do lado esquerdo uma grande torre de rádio comunicação.

Jane, a dona da ideia de irmos ao Joel

Jane, a dona da ideia de irmos ao Joel

Depois da torre, é só dobrar no primeiro ramal à esquerda e continuar por mais 10 minutos. Não tem erro. Antes, existe uma grande plantação de soja, que também está na propriedade do Joel. Vá lá, e não precisa ser durante as férias.

Mas não esquece de ligar antes para a Sâmia e reservar (99162-7979). Bom passeio!

Seles Nafes
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