SELES NAFES
A Delegacia Especializada em Crimes Contra a Pessoa (Decipe) indiciou o primeiro suspeito do assassinato de Antônio Cre Souza Pinto, de 36 anos, ocorrido em dezembro na comunidade de Casa Grande, na zona rural de Macapá. A vítima, que era traficante e procurada por homicídio em Roraima, foi trancada dentro do porta-malas de um carro que foi incendiado.
O crime ocorreu na madrugada do dia 16 de dezembro e foi descoberto pelo Corpo de Bombeiros quando combatia as chamas no veículo. Os soldados desconfiaram do cheiro estranho na fumaça e decidiram abrir o porta-malas. O calor foi tão intenso que sobraram poucos ossos e o que parecia ser a fivela de um cinto.
Dois dias depois a vítima foi identificada como Antônio Cre, inicialmente como autônomo dono de vários imóveis alugados em Macapá e que era suspeito de homicídios em um garimpo na Guiana Francesa e no Amapá. Por isso havia a suspeita de que o homicídio dele se tratava de vingança, mas essa teoria mudou durante o curso das investigações.
Por enquanto a polícia prefere identificar o acusado que foi indiciado apenas pelo apelido, “Danielzinho”. Em depoimento na manhã desta quarta-feira, 6, na Decipe, Danielzinho disse que na hora do crime estava em sua residência no Bairro Universidade, mas os investigadores descobriram que o celular do suspeito foi usado na mesma hora do assassinato e também na região onde o carro foi encontrado carbonizado.
A polícia trabalha com duas teses: acerto do tráfico de drogas e latrocínio. Segundo a Decipe, Antônio Cre fornecia entorpecentes e dava um prazo de até duas semanas para que os revendedores prestassem contas. Como o acusado era revendedor de Antônio e também é usuário, existe a possibilidade de que ele tenha usado a droga sem pagar e estava sendo cobrado por isso.
“A outra tese é de latrocínio. O Antônio Cre tinha dinheiro em casa e joias. Inclusive ele usava um cordão de ouro com um pingente que chamava muito a atenção. Temos nomes de dois menores que podem ter participado do possível assalto. Seja qual for a tese verdadeira, houve a participação de Danielzinho”, resume o delegado Alan Moutinho, titular da Decipe que conduz as investigações.
Danielzinho não teve a prisão decretada pela Justiça, e a Decipe continua com as investigações.