ANDRÉ SILVA
Um dos principais desafios no trânsito do país é a convivência pacífica entre ciclistas, pedestres e motoristas. Assim como em outros cantos do país, os ciclistas de Macapá também se queixam da falta de respeito dos motoristas e motociclistas, e vice-versa.
O artigo 58, parágrafo III do Código Brasileiro de Trânsito (CTB) é bem claro em relação à trafegabilidade de bicicletas e outros veículos no trânsito:
“Nas vias urbanas e nas rurais de pista dupla, a circulação de bicicletas deverá ocorrer, quando não houver ciclovia, ciclofaixa, ou acostamento, ou quando não for possível a utilização destes, nos bordos da pista de rolamento, no mesmo sentido de circulação regulamentado para a via, com preferência sobre os veículos automotores“.
Na capital do estado circulam cerca de 20 mil ciclistas diariamente, seja para o trabalho, escola ou por esporte, disputando espaço entre os outros veículos.
O grande problema é a falta de espaços apropriados para que as “magrelas” trafeguem de forma segura. O autônomo Mário Afonso, 30, pedala todos os dias da Zona Norte até o centro da cidade. O percurso é cheio de riscos.
“Na maioria das vezes nós temos que subir nas calçadas para trafegar normalmente. Agora tem outros que respeitam e chegam até abrir espaço pra gente passar. Os governantes aprimoram a cidade e esquecem da nossa segurança. São poucas ciclofaixas e poucas ciclovias na cidade”, disse o autônomo.
Ciclofaixas são aquelas feitas com tinta no asfalto. Em Macapá, existem apenas três delas. Segundo Jarbas Martins, do Departamento de Engenharia de Tráfego da Companhia de Transito de Macapá (CTMac), existe um plano de mobilidade urbana que contempla a instalação ciclofaixas para interligar 70% da cidade pelo menos.
“O necessário seria uma ciclofaixa que interligasse todas as zonas da cidade, e o plano que já está em desenvolvimento contempla isso. Após o fim da formulação desse projeto ele será submetido a Câmara dos Vereadores para aprovação”, explicou Jarbas.
Em 2013, o número de ciclista mortos no Brasil era de 1.298, segundo dados do Ministério da Saúde. No Amapá não há dados oficiais, mas o que não falta são história pra contar.