“Não tenho mais mágoa”, diz Ofirney Sadala

Empresário e ex-juiz diz que e o filho e os policiais erraram
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SELES NAFES

O Site SELESNAFES.COM conversou com o empresário e ex-juiz Ofirney Sadala sobre o fato mais comentado no Amapá nos últimos dois dias: a prisão do filho dele, 22 anos, depois de uma perseguição policial pelas ruas de Santana que terminou com tiros e agressão filmada por câmeras de segurança. 

O filho do empresário não tem habilitação e ainda fugiu da equipe do Batalhão de Policiamento Rodoviário Estadual (BPRE) ao receber ordem para parar. Os policiais foram afastados das ruas e relataram que atiraram para tentar acertar os pneus porque o motorista oferecia riscos para pedestres. Uma mulher quase teria sido atropelada pelo carro em fuga.

Na entrevista, Ofirney Sadala revela que ainda não conversou com o filho sobre o que aconteceu e diz que não tem mágoa dos policiais, apesar de adiantar que todos serão processados.

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Já se passaram dois dias depois que todo mundo viu o polêmico vídeo da agressão. O que o senhor está pensando agora depois que tudo se acalmou?

Ofirney Sadala

Passei dois dias sem dormir, mas agora estou tentando retomar a vida. Agora é entregar pra Deus e que todos façam suas defesas, já que todos tiveram uma parcela de erro naquele evento.

policia stn

O Ofir é seu único filho?

Tenho duas filhas, mas o Ofir é meu único filho homem. É o que mora comigo desde os cinco anos quando me separei da mãe dele. Ele viajava comigo quando eu era promotor, viajava quando eu era juiz. É o que mais faz parte da minha vida.

Um dos vídeos mostra o senhor tentando um acordo com os policiais e em outro vídeo o senhor aparece na sacada da sua residência exaltado. Porque houve essa mudança no comportamento?

Naquele primeiro momento eu estava dizendo pra eles (os policiais) pra gente resolver ali mesmo em relação ao carro, por que eu achava que não era caso de remoção do carro. O Ofir já estava dentro da viatura para ser transportado para a delegacia. Isso já ia acontecer. Ele foi levado pelo tenente Francisco, que teve uma conduta excepcional mandando retirar as algemas e levando pra delegacia. Naquele momento eu estava propondo não procurar Ministério Público e nem Corregedoria desde que eles fossem embora e deixassem o carro lá. Dirigir sem habilitação não dá remoção e não havia dano concreto.

"Passei dois dias sem dormir"

“Passei dois dias sem dormir”

Se você encontrasse com os mesmos policiais o que você diria?

A mágoa já passou. Pediria para eles reverem seus papeis na sociedade e se enquadrarem nisso, tratarem as pessoas com mais cautela, humildade. Nem todo mundo é bandido. Ninguém nasceu pra ser tratado como porco, como foi o Ofir. Estou procurando Deus para saber porque ocorreu tudo isso na minha vida.

Mesmo assim vai haver desdobramentos judiciais dos dois lados…

Vai haver ação contra os policiais. Não cabe mais a mim, mas ao Ministério Público, cabe à Corregedoria e ao delegado de polícia. Vamos aguardar o desfecho.

O senhor está buscando mais provas?

A prova maior da agressão está ali (no vídeo). Estamos dando subsídios pra que as coisas ocorram. Uma súmula vinculante do Supremo diz que desnecessário o uso de algemas nesse tipo de situação. Sobre os tiros, foram três tiros. Houve uma tentativa de homicídio. Estamos imagens e informações para o Ministério Público.

Seu filho ficou mesmo machucado?

Fraturou o nariz e estamos buscando laudos.

O senhor já conversou com o Ofir?

Ainda não tive preparo pra essa conversa. Sei da parcela de erro dele. Não deveria estar dirigindo sem habilitação, não deveria ter fugido, mas Deus tem um propósito. Se ele não tivesse fugido quem sabe se não estaria morto. Se fizeram isso com ele na frente da minha casa, imagina num lugar escuro.

Esse fato atrapalhou sua pré-campanha para a prefeitura de Santana?

Por enquanto a campanha está suspensa. Deixou de ser prioridade. Criei o Ofir como pai e mãe, e é como pai e mãe que recebi todo o impacto. Tá doendo muito, não tenho nem cabeça pra pensar nisso.

Que lição ficou?

Vamos estar à frente de um projeto para que o jovem esteja dirigindo habilitado ao completar 18 anos usando o que aconteceu com a gente como exemplo. Meu filho poderia ter matado uma pessoa. Dirigir sem habilitação pode gerar uma série de problemas.

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