Padre que fundou ordem no Amapá pode virar “beato” da igreja

Ele fundou uma ordem que ajudava a tomar conta de crianças; hoje são as irmãs do Sagrado Coração Imaculado de Maria, as “Juliomarianas”
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ANDRÉ SILVA

A Casa da Memória do Padre Júlio Maria Lombaerd está sendo construída no Bairro Açaí, Zona Norte de Macapá. A Casa é um marco comemorativo de fundação da Ordem das Irmãs “Juliomarianas”. O padre foi indicado à beatificação no ano passado e falta pouco para ele ser considerado um beato da Igreja Católica.

O padre que chegou ao Amapá no ano de 1913, onde ficou até o ano de 1923, deixou um legado não só no Amapá, mas em outros continentes. Em Macapá, além divulgar o Evangelho, se dedicou a cuidar de crianças abandonadas, vítimas de maus tratos e abuso sexual. (sim, nessa época esse problema já existia).

Autor de 100 livros, Padre Júlio morreu depois de um acidente automobilístico em 1945 no estado de Minas Gerais. Agora, sua história e sua vida estão sendo resgatadas por um grupo de freiras pertencentes a uma ordem criada por ele no Amapá, Pará e Minas Gerais.

Padre Júlio morreu depois de um acidente de trânsito

Padre Júlio morreu depois de um acidente de trânsito

Muitos só conhecem o nome do padre por causa da avenida que atravessa Macapá. Poucos sabem a verdadeira história, e é essa a missão das Irmãs do Sagrado Coração Imaculado de Maria, congregação fundada por ele. Além de padre humanista, ele foi escritor e jornalista vindo a lançar um jornal em Minas Gerais chamado “O Lutador”.

Padre Júlio foi indicado à beatificação no dia 24 de janeiro de 2015 e a indicação partiu do bispo diocesano Dom Emanuel Messias de Oliveira de Caratinga, de Minas Gerais, através de um ato jurídico de pesquisa.

Irmãs que conduzem a obra deixada por Padre Júlio

Irmãs que conduzem a obra deixada por Padre Júlio

As congregações responsáveis pela pesquisa da vida e obra do padre já elaboraram um dossiê que dará suporte ao pedido que possibilite que o processo passe para a terceira fase, que é o de “Venerável”, onde a Igreja Católica concorda em dar ao padre a honra dos altares, como explica a irmã Maria do Socorro Laurentino, responsável pelo processo de beatificação do padre.

“Já existe um decreto de que ele é servo de Deus, que é o primeiro passo. E agora ele está no segundo passo que é o  processo diocesano. Ficou muito difícil de juntar todos os documentos, por que ele atuou em três continentes: África, Europa e América. Já tem muitos documentos separados estamos terminando de juntar o que falta para mandar para Roma”, explicou.

Casa de apoio sendo construída no Bairro Açaí

Casa de apoio sendo construída no Bairro Açaí. Fotos: André Silva

Em 1923 ele partiu para Belém aonde fundou outra congregação da ordem. Saindo de lá, ele foi para Minas Gerais para fundar mais duas congregações. No estado de Minas, o padre também é muito querido.

A Casa da Memória será inaugurada no dia 27 de fevereiro com a missão de conservar a memória do padre, além de trabalhar com missões católicas dentro da comunidade.

Seles Nafes
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