No 2º dia de júri, família diz que agressora ainda representa perigo

Um parente disse que a acusada tentou intimidar a vítima várias vezes depois do crime
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ANDRÉ SILVA

O segundo dia de julgamento da professora que tentou matar uma colega de profissão num crime considerado passional em 2014 foi marcado por acusações de parentes da vítima.  A família disse temer pela segurança da professora baleada com dois tiros. A acusada teria ido à casa dela e já passou com o carro em frente à residência depois do crime. A agressora responde ao crime em liberdade.

Aurivânia Neves da Silva, de 43 anos, disparou contra a também professora  Marineide da Silva Lopes, de 50 anos, em frente à Casa do Professor no dia 9 de maio de 2014. O crime foi motivado por ciúmes. Marineide é casada com o ex-marido de Aurivânia. Os dois passam 18 anos juntos e ela se recusava a aceitar a separação.

Advogado Maurício Pereira: sem o controle das faculdades mentais. Fotos: André Silva

Advogado Maurício Pereira: sem o controle das faculdades mentais. Fotos: André Silva

Um parente da vítima disse que Aurivânia ainda representa um perigo.

“Muita coisa não foi dita aí dentro. Semana passada ela passou com o carro em frente à casa da Marineide. Temos filmagens que provam isso”, disse um parente que não quis se identificar.

O advogado de defesa Maurício Pereira continua sustentando a tese de que a sua cliente não  estava no controle de suas faculdades mentais. Ele pede que ela seja acusada apenas por lesão corporal de natureza grave. 

Vítima presta depoimento diante do juiz. Fotos: André Silva

Vítima presta depoimento diante do juiz. Fotos: André Silva

“A ré desistiu voluntariamente de prosseguir na execução do crime. Ela agiu com a capacidade mental reduzida por estar acometida por um transtorno depressivo grave com sintomas psicóticos, o que lhe dará uma redução na pena”, explicou o advogado.

Promotor Vinícius Carvalho: foi premeditado

Promotor Vinícius Carvalho: foi premeditado

O Ministério Público sustenta que Aurivânia estava, apesar da depressão, em pleno exercício de suas faculdades mentais.

“O MP procurou refutar essa tese da defesa. A acusada não tinha nenhum sintoma psicótico naquele dia e ela agiu perante premeditação. Ela agiu de forma fria e planejada”, refutou o promotor Vinícius Carvalho.

O julgamento foi suspenso na quinta-feira, 17, por volta das 22h30min e retomado pela manhã e já entrou na reta final com as réplicas e tréplicas de defesa e acusação. O julgamento acontece no Tribunal do Júri no Fórum de Macapá. 

Seles Nafes
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