Cientistas anunciam descoberta de recife de corais na Foz do Amazonas

O recife fica numa grande área entre o Amapá e o Pará, e tem 20% do tamanho da cidade de São Paulo
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SELES NAFES

Está no Amapá, na fronteira com a Guiana Francesa, o primeiro recife de coral descoberto no Rio Amazonas. A localização foi anunciada por um grupo de cientistas, e a notícia foi publicada no jornal espanhol El Pais.

O grande coral fica na foz do Rio Amazonas, numa área que se estende do Amapá até o estado do Pará. Possui mais de 9 mil quilômetros quadrados, cerca de 20% do tamanho da cidade de São Paulo, e está em profundidades de 30 a 120 metros.

A descoberta foi feita por uma equipe da Universidade Federal do Rio de Janeiro em 3 expedições organizadas pelo Brasil e Estados Unidos.

Local onde ficam os recifes (ou arrecife) de coral. Foto: Divulgação

Local onde ficam os recifes (ou arrecife) de coral. Foto: Divulgação

As características desse sistema são consideradas inéditas. Os corais normalmente só podiam ser encontrados em oceanos. O coral é um ecossistema formado por rochas e algas capaz de sustentar muitas espécies de peixes.  

“Os especialistas identificaram uma grande região de algas coralinas e alto nível de partículas em suspensão, caraterísticas geradas por condições das que formam os típicos recifes tropicais de coral”, diz a reportagem. “Essa descoberta fornece informações sobre como os ecossistemas de coral podem reagir à aceleração do aquecimento global”, completa a reportagem.

Wagner Costa, presidente do Iepa: comunidade já desconfiava, mas faltava descobrir onde fica esse coral. Foto: Cássia Lima

Wagner Costa, presidente do Iepa: comunidade já desconfiava, mas faltava descobrir a localização exata do recife de corais. Foto: Cássia Lima

O presidente do Instituto de Estudos e Pesquisas Científicas do Amapá (Iepa), o geólogo Wagner Costa, diz que a comunidade científica sempre desconfiou da existência de um grande coral no Amazonas, mas ainda não havia sido descoberta a localização exata dessa formação.

Ele diz que o recife realmente é atípico.

“Os corais precisam de luz do Sol. Como água do Amazonas é barrenta, na profundidade a que foram encontrados os corais seria pouco provável se desenvolver um recife do porte como esse descrito”, explicou.

No estudo, os pesquisadores alertam que a atividade industrial na Foz do Amazonas, neste caso a atividade petrolífera, pode colocar em risco o sistema que é único.

Em 2017, três grandes empresas irão iniciar a perfuração de poços em busca de petróleo na Foz do Amazonas na costa do Amapá.

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